Por que o planejamento de 5 anos morreu? Pedro Signorelli explica como os OKRs trimestrais são o antídoto estratégico para a volatilidade e o imprevisível.

Por que o planejamento de 5 anos morreu? Pedro Signorelli explica como os OKRs trimestrais são o antídoto estratégico para a volatilidade e o imprevisível.

Saudações, amigos do SHD: Seja Hoje Diferente! Nossa coluna de estratégia recebe hoje um convidado de peso: Pedro Signorelli, um dos maiores especialistas do Brasil em gestão e OKRs. Neste artigo essencial para a nossa era, Pedro argumenta que o antigo planejamento de 5 anos não sobrevive mais à volatilidade do mercado e mostra como a adoção de ciclos curtos de 90 dias – e a mentalidade de aprendizado que os acompanha – é o único caminho para manter sua estratégia viva.

Por Pedro Signorelli

Durante muito tempo, o planejamento estratégico foi quase um exercício de futurologia corporativa. As empresas se reuniam por meses para desenhar planos de cinco anos, cheios de projeções, gráficos e supostas certezas. Era bonito no PowerPoint, mas dificilmente sobrevivia ao primeiro ano de execução.

O problema fundamental é que o mundo deixou de operar nesse ritmo. O que antes mudava em uma década, agora pode mudar em um único trimestre. A guerra na Ucrânia, a pandemia, as disrupções tecnológicas e, mais recentemente, o avanço exponencial da inteligência artificial mostraram que o “longo prazo” é um luxo que quase nenhuma organização pode ter.

A Era B.A.N.I.: Insistir no Rígido é Teimosia

Vivemos em um ambiente que se tornou conhecido como B.A.N.I. (do inglês: Brittle, Anxious, Nonlinear, Incomprehensible – frágil, ansioso, não linear e incompreensível). Neste cenário, qualquer vento global pode mudar o jogo da noite para o dia.

Diante disso, insistir em planos rígidos e lineares é quase um ato de teimosia estratégica. A estratégia não pode mais ser um documento estático; ela precisa ser um sistema vivo de constante avaliação e adaptação.

É justamente aqui que as ferramentas que operam em ciclos curtos – e, em particular, o uso bem aplicado de OKRs (Objectives and Key Results) em janelas de 90 dias – se tornam mais do que uma ferramenta de gestão: são um antídoto contra a obsolescência estratégica.

O OKR Trimestral como Cadência de Aprendizado

O valor desse modelo não está apenas no alinhamento de times, como se costuma dizer, mas, crucialmente, na adaptabilidade que ele impõe.

Ao adotar OKRs trimestrais, a empresa cria uma cadência de aprendizado organizacional. Metas e resultados-chave deixam de ser balizas estáticas e passam a ser tratadas como hipóteses rápidas com margem para aprendizados. A dinâmica é clara:

1.  Estabelecemos um objetivo.
2.  Definimos KRs para testar a hipótese.
3.  Executamos.
4.  Voltamos à reunião de avaliação.

As áreas deixam de operar com planos fixos e passam a responder com rapidez a novas informações de mercado, de tecnologia ou de comportamento do consumidor. A lógica não é mais “quem acerta o plano”, mas sim “quem aprende mais rápido”.

 A Estratégia é Adaptação, Não Previsão

Essa mudança de mentalidade é profunda. Planejar deixou de ser a tentativa de prever o futuro e passou a ser a preparação para lidar com o imprevisível. Quando o mundo muda a cada semana, o plano que não muda junto vira uma âncora que arrasta a empresa para baixo.

Um ciclo trimestral sustentado por OKRs funciona de forma dinâmica e adaptativa, visando a revisão de prioridades baseada em dados reais e sinais frescos do mercado, e não em projeções desatualizadas. Isso, e somente isso, mantém a estratégia viva.

Líderes de Evolução, Não Guardiões do Plano

O modelo também redefine a cultura de liderança. Em vez de líderes que cobram previsibilidade e controle, surgem líderes que promovem adaptabilidade e aprendizado.

O gestor deixa de ser o guardião do plano e passa a ser o facilitador da evolução. Seu papel não é garantir que o plano inicial seja seguido à risca, mas assegurar que o time:

  • Entenda os objetivos.
  • Saiba medir os resultados-chave.
  • Tenha autonomia para realinhar ações quando os KRs apontam desvios.

Nesse contexto, mudar o plano não é sinal de fracasso; é inteligência estratégica.

O resultado prático é uma organização mais leve, com menos apego a certezas e mais foco em ciclos de experimentação. Pequenas vitórias validam grandes hipóteses; erros rápidos ensinam mais do que sucessos lentos. E a cada trimestre, ao revisar OKRs, o time acumula conhecimento valioso sobre o que funciona e o que precisa ser refeito.

Essa dinâmica cria uma espiral de aprendizado contínuo que torna a empresa mais resiliente e competitiva, mesmo em meio à instabilidade.

Pedro Signorelli é um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKRs. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas. 

Mais informações acesse: gestaopragmatica.com.br

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