Mercado em evolução exige sistemas flexíveis, escaláveis, seguros e que podem ser criados com mais rapidez com melhor custo-benefício para empresas líderes de mercado
Se há uma certeza no comércio eletrônico, é de digitalização acelerada nas relações de consumo. Os meios digitais, que já vinham seguindo em alta, deram um salto significativo em empresas dos mais variados portes e segmentos no Brasil nos últimos três anos. Somente em 2022, pesquisa da Retail X, baseada em dados do e-commerce da América Latina, revela que o País registrou o maior crescimento no ano na região, com um incremento de US$ 8,1 bilhões em vendas, na comparação ao ano anterior. Para as grandes marcas, em especial, o comércio eletrônico se mostra um caminho sem volta.
Essa nova realidade exigiu investimentos tecnológicos para que grandes corporações pudessem atender consumidores mais exigentes, que buscam maior agilidade na navegação, lojas virtuais com rápido carregamento de páginas, sistemas menos burocráticos, rápidos e eficientes para as compras online. E, para que essa janela de oportunidades seja aproveitada, é fundamental que as empresas estejam atentas a recursos que, de fato, as elevem a um novo patamar do consumo online. Na era da personalização, destacar-se nesse ambiente, conquistar e fidelizar clientes e ampliar significativamente as vendas representam, no entanto, enormes desafios.
“Vemos o e-commerce no Brasil como uma commodity. O termo commodity, na economia, corresponde a produtos básicos globais não industrializados, ou seja, matérias-primas. Se fizermos um paralelo para o mundo virtual, podemos dizer que hoje as companhias que possuem um e-commerce têm verdadeiras ‘matérias-primas do mundo digital’, tão essenciais quanto as commodities. O desafio é ir além do convencional, com projetos cada vez mais personalizados e que priorizem a experiência do usuário”, analisa Erick Melo, cofundador e CCO da WEBJUMP, empresa referência em transformação digital na América Latina.
Um quesito que pode definir o sucesso de um comércio eletrônico é a escolha da plataforma. Há grandes empresas que preferem escolher plataformas de baixo custo para iniciar no e-commerce ou ainda soluções que as impedem de escalar ou atender toda a jornada necessária de um usuário. Com isso, não é raro que, no médio ou longo prazo, o e-commerce não evolua, deixando a organização refém da evolução do fornecedor da plataforma. Projetos mal estruturados e falta de entendimento do produto também contribuem para o fracasso de um comércio eletrônico, explica Melo.
“O mais importante ao estruturar um e-commerce é entender a missão da companhia, seus objetivos e que ele é um ecossistema vivo, ou seja, está sempre em evolução. Com isso, não é raro que empresas de grande porte deixem de considerar um MVP (produto mínimo viável, na sigla em inglês) logo de início. Muitas colocam uma série de desejos que fazem os projetos ficarem mais caros e com prazos mais longos, e se esquecem de que o mais importante é o e-commerce estar ativo, entregando o máximo de valor com o mínimo de esforço para, enfim, começar a vender. Após isso, melhorias ao longo do caminho são contínuas e esse mindset evolutivo poucas empresas possuem”, observa o executivo.