Por que o mercado imobiliário precisa dos tokens – e o que eles transformam no dia a dia 

Por Rubens Neistein, business manager da CoinPayments  

Poucos setores exercem tanta influência e poder na economia de um país do que o imobiliário. Por se tratar de um mercado que exige grande investimento tanto das empresas quanto dos consumidores, ele se tornou uma espécie de termômetro econômico. Quando as vendas estão em alta, é sinal de recuperação. Caso contrário, há fortes indícios de retração.  

Entretanto, essa importância está diretamente relacionada à complexidade de negociação de seus ativos. Só quem já tentou comprar ou vender um imóvel sabe a dificuldade que envolve todos os processos – uma realidade que afasta muitas pessoas, infelizmente. Por isso, era necessário encontrar alternativas que pudessem ampliar a atuação das empresas e profissionais dessa área e facilitar a entrada de novos participantes no ecossistema. É nesse ponto que entra a tokenização 

Essa é a expressão da moda atualmente e está ganhando espaço considerável. De forma resumida, podemos entendê-la como um processo que transforma um ativo físico, como uma casa, um terreno ou um apartamento, em um ativo digital que será negociado na web por meio de redes criptografadas (normalmente o blockchain). Em um cenário de digitalização dos negócios, é uma estratégia cada vez mais fundamental. Não à toa esse segmento deve saltar de US$ 2,3 bilhões em 2021 para US$ 5,6 bilhões em 2026, segundo projeção da consultoria MarketsandMarkets.   

Os números reforçam que a tokenização se consolida como importante recurso de transformação digital para as empresas de diferentes setores – e para o mercado imobiliário não é diferente. A utilização de tokens na negociação de imóveis resolve dois problemas fundamentais que impediam o pleno desenvolvimento do setor.  

O primeiro ponto é justamente a agilidade que essa opção traz para as empresas do setor. Mesmo uma casa ou apartamento na planta pode levar meses para ser negociado, enquanto os tokens são comercializados tanto no mercado primário quanto no secundário em poucos dias. É muito mais fácil comprar um ativo que representa uma fração daquela propriedade do que desembolsar toda a quantia para adquiri-la integralmente. Assim, a empresa consegue levantar recursos financeiros para sua operação e o investidor pode ter acesso a serviços exclusivos, no caso de utility tokens, ou ganhar na valorização e revenda, com os security tokens 

A maior velocidade leva à segunda questão que faz o mercado imobiliário mudar por meio da tokenização. Se é mais fácil adquirir ativos vinculados a imóveis, significa que há mais pessoas dispostas a entrar nesse setor e realizar os investimentos disponíveis. Os ativos digitais possuem valores bem mais acessíveis, o que expande a atuação e a participação de indivíduos que, a princípio, não teriam condições financeiras. Nesse sentido, a utilização dos tokens permite a criação de um ecossistema que aproxima as pessoas das empresas e dos profissionais que atuam na área – o que estimula novos negócios.   

Evidentemente, também há desafios para o cenário de tokenização de imóveis no Brasil. O principal deles é a legislação responsável. Por se tratar de uma novidade, não há nada parecido com tokens nas leis que regem não só o Brasil, mas outros países do mundo. É preciso tomar muito cuidado para evitar problemas de compliance e boas práticas. Além disso, ainda há muito desconhecimento e desinformação a respeito dos tokens. Não são poucos os que demonstram resistência a esse modelo de negócio. Em suma: é preciso criar um arcabouço teórico para auxiliar nos esclarecimentos sempre que possível.  

Dizem que a tokenização representa o futuro das negociações de quaisquer ativos que podem ganhar a versão digital. Bobagem, já que estamos falando do presente em grande parte do país. Grandes players investem continuamente e/ou reformulam seus processos internos. No mercado imobiliário, as cartas estão na mesa e prontas para serem utilizadas. É questão de tempo que os tokens se tornem na grande moeda de troca na hora de adquirir ou vender um imóvel.   

* Rubens Neistein, business manager da CoinPayments, a primeira e maior processadora de pagamentos em criptomoedas do mundo – e-mail: coinpayments@nbpress.com

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