Descubra por que a falta de Pensamento Crítico nos torna presas fáceis e como resgatar essa habilidade crucial para a vida. É hora de despertar!
Saudações, Auto Desenvolvedor! Neste artigo trago a vocês leitores do SHD: Seja Hoje Diferente, uma reflexão profunda sobre um tema que considero vital, especialmente nos dias de hoje: O Pensar Crítico que Falta na Vida Moderna. Ao longo dos meus estudos e da minha trajetória de vida, que começou em 14 de julho de 1976, eu observei, em primeira mão, como essa habilidade, ou a falta dela, molda o destino das pessoas e da sociedade.
O que é, afinal, o Pensamento Crítico? Em sua essência, ele é a capacidade de analisar fatos, evidências, argumentos e informações de forma objetiva e racional, sem se deixar levar por emoções, vieses ou crenças não examinadas. Não é ser "do contra" ou pessimista; é ser um analista rigoroso da realidade. A sua origem remonta à Filosofia Grega antiga, com figuras como Sócrates, que, através da sua maiêutica, incentivava as pessoas a questionarem suas próprias convicções. A Filosofia nos ensina que o amor à sabedoria passa necessariamente pela dúvida metódica. É o primeiro passo para o autêntico autoconhecimento.
Eu vivi a transição das décadas de 80, 90, 2000 e cheguei aos dias atuais. Nas décadas de 80 e 90, embora a informação fosse mais escassa e centralizada (TV, rádio, jornais), a velocidade de consumo era menor, o que, ironicamente, por vezes, forçava uma digestão mais lenta do que era dito. Lembro-me da época em que a leitura de um livro ou o debate em família ou com amigos sobre um assunto levava semanas. O processo de análise, pesquisa, questionamento e conclusão – os pilares do SHD – acontecia de forma mais orgânica, ainda que não fosse formalizado.
Entrei na área de TI Industrial em 2001, em uma fabricante de tomadas e interruptores. Assumi o antigo CPD (Centro de Processamento de Dados) em 2008, depois de passar por vários cargos. Minha experiência com a evolução tecnológica e as metodologias ágeis (e tradicionais que as antecederam) me deu uma perspectiva única. O ágil, por exemplo, exige que não aceitemos uma solução como final, mas que a questionemos e a aprimoremos continuamente. Essa mentalidade de melhoria contínua é, no fundo, uma aplicação do Pensamento Crítico ao processo de trabalho.
A Psicologia nos fala sobre os vieses cognitivos, que são atalhos mentais que nosso cérebro utiliza para processar informações rapidamente. Embora úteis para a sobrevivência, esses vieses são o maior inimigo do Pensamento Crítico. Pense no viés de confirmação, onde só buscamos e aceitamos informações que confirmam o que já acreditamos. A PNL (Programação Neurolinguística), com seus estudos sobre a estrutura subjetiva da experiência, mostra como filtramos a realidade através de nossas crenças, valores e memórias. Sem o Pensamento Crítico, esses filtros se tornam paredes que nos isolam da verdade e nos impedem de evoluir. Se eu, na minha carreira de TI, tivesse me prendido apenas às metodologias tradicionais por conforto ou viés, jamais teria evoluído para liderar a TI atual.
A Lei do Novo Pensamento ou Novo Pensamento, com sua ênfase no poder da mente sobre a realidade, pode ser perigosíssima sem o Pensamento Crítico. A ideia de que "você cria sua realidade" é poderosa, mas se não for criticamente analisada, pode levar à negação da realidade objetiva e à vitimização (se algo ruim acontece, a culpa é da minha "vibração"). O Pensamento Crítico atua como o filtro de segurança dessa lei, obrigando-nos a diferenciar o desejo da ação planejada e fundamentada. Não basta querer; é preciso analisar o contexto, pesquisar os passos, questionar a viabilidade e, só então, concluir e agir.
O Desenho Humano, por sua vez, oferece um mapa complexo da nossa individualidade e nos convida a honrar nossa Autoridade Interna. O Pensamento Crítico, nesse contexto, é a ferramenta que nos permite questionar os condicionamentos externos – o "deve" e o "tem que" da sociedade – para ouvir a nossa verdade. Ele nos liberta das expectativas familiares, culturais e até profissionais que não ressoam com nosso design. Na minha jornada, tive que questionar o modelo tradicional de CPD para transformá-lo na TI estratégica que lidero hoje; isso exigiu uma rejeição crítica do status quo para abraçar o novo.
No Brasil, o cenário cultural e regional torna o Pensamento Crítico ainda mais crucial. Somos um país de narrativas ricas, mas também de fortes tradições folclóricas e crendices, algumas muito bonitas, outras limitantes. Nas décadas passadas, o regionalismo era mais acentuado; hoje, a informação globalizada chega a todos os cantos via celular. Essa enxurrada de dados, a famosa infodemia, sem a capacidade de discernimento, transforma a opinião de um influencer em "verdade" absoluta. A polarização política, um fenômeno tão marcante no Brasil atual, é um sintoma direto da ausência de Pensamento Crítico, onde as pessoas preferem a certeza tribal (o viés de pertencimento) à dúvida inteligente.
Observe a diferença: nos anos 80 e 90, o desafio era encontrar a informação. Hoje, o desafio é filtrar e validar a informação.
A aplicação do Pensamento Crítico na minha vida pessoal e na carreira de TI é a chave da minha evolução. Quando comecei a liderar a TI, não aceitei os processos legados apenas porque "sempre foi assim". Eu usei as metodologias ágeis como lentes de Pensamento Crítico: Analisei o problema (demora na entrega), Pesquisei alternativas (Scrum, Kanban), Questionamos (eu e minha equipe) a validade de cada passo e, finalmente, Concluímos e implementamos um novo fluxo de trabalho. É um ciclo contínuo de autodesenvolvimento e desenvolvimento profissional. O desenvolvimento pessoal e profissional é a arte de usar a dúvida construtiva para esculpir uma versão melhor de si mesmo.
O Pensamento Crítico é a vacina contra a manipulação. Em um mundo saturado de fake news, algoritmos que criam bolhas de filtro e clickbaits emocionais, a única defesa é a mente treinada para questionar a fonte, verificar a evidência e analisar a lógica. Minha experiência, atravessando a transformação digital de uma indústria (de um CPD arcaico para uma TI moderna), me ensinou que o maior valor não está na tecnologia em si, mas na capacidade de pensar sobre ela e aplicá-la com sabedoria.
A ausência do Pensamento Crítico na vida moderna do Brasil é o nosso calcanhar de Aquiles. Vivemos em uma era de acesso sem precedentes à informação, mas com uma diminuição alarmante na capacidade de processá-la com profundidade. A filosofia SHD (Analisar, Pesquisar, Questionar e Concluir) é o caminho para resgatar essa habilidade.
Analisar: Não apenas o que é dito, mas como é dito. Qual a emoção por trás da mensagem? Qual a intenção (explícita ou implícita)?
Pesquisar: Buscar fontes diversas e contrastantes. Se todos em sua bolha dizem o mesmo, você não pesquisou o suficiente.
Questionar: Aplicar a maiêutica socrática. Por que eu acredito nisso? Quais são as evidências contrárias? Meu argumento se sustenta se eu o inverter?
Concluir: Chegar a uma conclusão provisória, sempre aberta a novas evidências. A certeza absoluta é o oposto do Pensamento Crítico.
Reflexão para os Dias Atuais no Brasil: É hora de parar de apenas "compartilhar" e começar a "digerir". O maior ato de revolução pessoal no Brasil de hoje é o questionamento silencioso e a validação da informação antes de formar uma opinião ou, pior, antes de agir sobre ela.
As três principais palavras sobre o Pensar Crítico para pesquisar no SHD são: Viés, Maiêutica e Argumentação. Para seu caderno de estudo: O Pensamento Crítico não é um ponto de chegada, mas um modo de viagem constante e consciente pela vida.


