Temperatura, velocidade e umidade do ar são os principais fatores que compõem a sensação de satisfação térmica em relação ao ambiente de trabalho.

O conceito de conforto térmico é frequentemente ignorado nos ambientes de trabalho. Muito além de uma temperatura agradável, ele envolve uma série de fatores que influenciam positivamente o nosso estado mental em relação à satisfação térmica do espaço em que nos encontramos.

Ou seja, além da temperatura, fatores como a velocidade do ar e a umidade têm relação direta na elaboração de um ambiente que proporcione conforto térmico. Fora o sentimento de satisfação, investir em ventilação automática influencia diretamente a produtividade e a entrega no serviço.

Em vias práticas, mesmo um ambiente com temperatura controlada, considerada agradável, não proporcionará conforto térmico se não houver uma circulação eficiente de ar, seja pela sua ausência ou velocidade elevada. Esses fatores, que parecem pequenos detalhes, são cruciais e devem ser levados em consideração.

Por isso, o conforto térmico é um assunto importante na arquitetura contemporânea. Idealmente, a circulação de ar do ambiente, bem como a sua climatização, são questões para serem pensadas desde o projeto do ambiente de trabalho.

Conforto integral

Não é segredo para ninguém que somos mais produtivos quando estamos em um ambiente confortável. Uma cadeira ergométrica, a altura correta da mesa e do monitor do computador, assim como uma boa relação entre gestores e colaboradores, influenciam positivamente nossa rotina de trabalho.

Contudo, o que poucos levam em consideração é o conforto térmico do ambiente. Para além da produtividade, ele pode ser considerado um fator de salubridade no espaço laboral. Como foi dito, as condições climáticas têm tanto efeito sobre o nosso corpo quanto os demais fatores aqui citados.

A Norma Regulamentadora 17 do Guia Trabalhista, vigente no Brasil, trata da temperatura do ambiente em sua seção destinada à ergonomia. De acordo com a regra, elaborada pelo Ministério do Trabalho, durante o verão, o ambiente deve estar entre os 23°C e os 26°C. Já no inverno, a temperatura entre 20°C e 23°C é aceitável.

Isso porque é comprovado que ambientes quentes ou frios demais afetam a produção. Para um funcionamento considerado ótimo, a temperatura ideal do nosso corpo é de 36,5°C. Nosso organismo consegue se manter nesse estado em temperaturas externas, consideradas efetivas, como as citadas anteriormente.

Por outro lado, em situações de frio ou calor, nosso organismo dispõe de mecanismos para regular a temperatura por meio de uma série de reações involuntárias de compensação de calor. Esse fenômeno biológico é conhecido como termorregulação.

O tremor do corpo no frio, por exemplo, serve para movimentar o corpo e aquecê-lo um pouco mais. Já o suor, age para que o corpo se refresque com a sua evaporação, o que retira calor para que consiga mudar de estado físico.

Ao desencadear esses mecanismos que geram desconforto, nosso corpo fica menos produtivo, pois o cérebro precisa dividir a atenção com a atividade que está sendo realizada e a manutenção da temperatura corporal.

Questão de gênero

Um estudo inédito, realizado por meio de uma parceria entre a Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, e o Centro de Ciências Sociais de Berlim WZB, na Alemanha, comprovou não só o quão a temperatura influencia na produtividade dos trabalhadores, mas o que acontece quando é feito um recorte de gênero.

Segundo a pesquisa, mulheres tendem a ser mais produtivas em ambientes levemente mais aquecidos, em torno dos 26°C. Por outro lado, essa temperatura é desagradável para a maioria dos homens, que se tornam ligeiramente menos produtivos.

Em contrapartida, nota-se que os homens ficam mais produtivos em ambientes com a 21°C, enquanto as mulheres, nessa situação, experienciam uma queda na produção e na concentração. Nesse embate, o ideal é que os gestores consultem os seus colaboradores para que uma decisão democrática seja feita.

Agne Kajackaite, especialista em economia comportamental e uma das coordenadoras do estudo na Alemanha, afirma que, nesses casos, o diálogo deve ser algo levado a sério, uma vez que é cientificamente comprovada a influência da temperatura na produtividade, bem como as diferenças em relação ao corpo de cada um.

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