Moda responsável: 3 medidas para a indústria têxtil que ajudam a preservar o meio ambiente 

Considerada um dos setores mais poluentes do planeta, a indústria da moda vem buscando novas maneiras para manter sua cadeia produtiva

A indústria da moda é reconhecida internacionalmente não só por criar novos jeitos de vestir, mas também por ter grande peso na economia mundial. De acordo com dados da ONU Meio Ambiente, o setor é estimado em US$2,4 trilhões e emprega mais de 75 milhões de pessoas em todo o mundo.

Contudo, a fama dessa indústria também se dá pela grande poluição e impactos ambientais que provoca. Avalia-se que a moda gere entre 8 e 10% do total de emissões de gás estufa do planeta, poluindo mais do que o transporte marítimo e a aviação juntos. Ela ainda libera 500 mil toneladas de fibras sintéticas nos oceanos anualmente e utiliza agrotóxicos nas colheitas de algodão.

Além de a produção de roupas ser marcada por cadeias produtivas poluentes, outro fator que intensifica os impactos ambientais é a descartabilidade cada vez maior de peças de vestuário nos últimos anos. Hoje, Calcula-se que as pessoas consomem 60% mais peças em comparação a 15 anos atrás. 

Por ano, determina-se que US$500 bilhões são perdidos com o descarte de roupas em lixões e aterros sanitários, sem que sejam recicladas. Nesse contexto, cresce a busca por iniciativas que procurem produzir e utilizar roupas a partir de práticas não predatórias em relação à natureza. Confira algumas delas a seguir.


Reutilização de peças

Se nos últimos anos as roupas tem sido descartadas com menos tempo de uso, uma iniciativa importante refere-se ao reuso de peças. Além de brechós, outras atitudes nesse sentido são a recompra de roupas de clientes pelas empresas e os bancos de tecido — que doam ou revendem sobras para clientes produzirem suas próprias peças e acessórios.

Outra prática que vem se popularizando na internet é o aluguel de roupas para grávidas. Na gestação, as transformações corpóreas podem exigir a aquisição de peças em um intervalo de tempo muito curto. A fim de evitar isso, alguns estabelecimentos vêm organizando esse empréstimo, mediante assinatura mensal.

Sob a ideia de que não é necessário comprar um guarda-roupa novo só porque a barriga cresceu, os organizadores permitem que cada gestante escolha, no máximo, quatro peças de acordo com o estilo pessoal e as retorne após 30 dias de uso. Para continuar recebendo novas roupas, as gestantes devem renovar a assinatura.

Reconsideração da matéria-prima

A cadeia produtiva da moda refere-se às etapas consecutivas ao longo das quais os diferentes insumos passam por algum tipo de alteração até serem transformados em um produto, bem ou serviço final, incluindo a distribuição e a comercialização deles.

Uma prática que tem ganhado espaço é a busca por matérias-primas sustentáveis — biodegradáveis ou orgânicas, produzidas livres de pesticidas ou demais substâncias tóxicas, com controle de pragas e doenças. Um exemplo é o algodão com certificações em sua composição e sem adição de poliéster, o que permite que ele seja reciclado, prolongando o seu tempo de uso.

Além do algodão, esse movimento prioriza tecidos naturais, como lã e seda, que não necessitam de tantos produtos químicos ao longo de sua fabricação. Assim, diminui-se o uso de fibras sintéticas, como nylon, viscose, poliéster, etc.

Outra opção são as fibras recicladas, derivadas de sobras pós-consumo ou resíduos da própria produção, além de matérias-primas mais duráveis, o que contribui para prolongar o tempo de uso da roupa e evitar a sua descartabilidade pelo consumidor.

Uso moderado e tratamento de resíduos

Uma cadeia produtiva mais sustentável também requer um uso eficiente de recursos hídricos, usados no cultivo da matéria-prima e na fabricação de produtos. Para produzir uma única calça jeans, gasta-se uma média de 10 mil litros de água, por exemplo. 

Além disso, é fundamental acompanhar priorizar a produção em pequena escala, com o objetivo de produzir peças de maior qualidade, e o descarte de efluentes — resíduos de atividades humanas, como rede de esgoto e processos industriais.

O ideal é não gerar resíduos ao longo da cadeia produtiva. Além de reutilizar retalhos para elaborar detalhes de peças ou customizá-las, o design é importante para formular padrões que utilizem os tecidos de forma eficiente, a fim de não produzir sobras.

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