Embora sejam resistentes a doenças e adorados pelos brasileiros,  os cães dessa espécie são um dos mais abandonados nas ruas do país

Existem cerca de 54,2 milhões de cães no país, segundo dados do Instituto Pet Brasil. O território nacional é o segundo maior mercado de pet do planeta, perdendo apenas para os Estados Unidos. Nesse setor, é possível encontrar serviços que vão desde padaria, salão de beleza e até aulas de ioga para pets.

Sendo um dos mais adorados pelos brasileiros, o cachorro vira-lata  é uma das espécies mais adoradas e a mais presente nos lares do Brasil. Nada menos do que 40% das famílias brasileiras abrigam um cão vira-lata em suas casas, sendo a maioria deles advindos das ruas.

Também chamados de cães Sem Raça Definida (SDR), os vira-latas são campeões de simpatia e companheirismo. Além disso, eles podem apresentar temperamentos muito variados, o que demanda tempo e paciência para conhecê-los, algo que não, necessariamente, ocorre em cães de raça pura.

Menos propensão a desenvolver doenças

Embora não haja estudos científicos que comprovem isso, é sabido que cães de raça podem apresentar maior propensão a adquirir algumas doenças. Um exemplo disso é o Labrador, que costuma apresentar mais problemas ósseos e insuficiência renal em comparação às outras raças.

Nos Dobermann, há maior ocorrência de insuficiência cardíaca e acúmulo de água no pulmão — doença que afeta cerca de 40% dos cachorros da raça. Os Dálmatas, imortalizados pelo desenho da Disney, são os mais afetados pela surdez — problema que pode afetar cerca de 30% dos cães dessa raça.

Como os vira-latas não advêm de pais com parentesco próximo, eles não costumam herdar doenças típicas de raças definidas. No que se refere aos cães que vivem nas ruas, é provável que sejam mais resistentes porque são frutos de genes que já sobreviveram a adversidades, como condições precárias de abrigo e alimento.

Isso não implica, contudo, que os vira-latas devam permanecer sem cuidados veterinários, como a atualização constante da caderneta de vacinação. A manutenção da higiene do seu pet também é um zelo necessário, mesmo para os cães mais resistentes.

A maioria deles é adotada

Se os vira-latas são conhecedores das ruas, é por meio de centros de adoção que eles conseguem ter uma casa para viver em segurança. E é comum que tais organizações se mantenham a partir das doações de pessoas que entendem a retirada de animais das ruas como uma questão não só humanitária, mas, sobretudo, de saúde pública.

Eles constituem a espécie que mais sofre abandonos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que existem cerca de 20 milhões de animais nas ruas em todo o mundo, sendo a maioria deles cães Sem Raça Definida.

Superpoderes

O olfato é o sentido mais desenvolvido dos cães — eles possuem cerca de 25 vezes mais receptores olfativos do que os humanos. Para se ter uma ideia, eles são capazes de detectar uma única gota de sangue em cinco litros de água — uma concentração quase 100 milhões de vezes menor do que as captadas pelos humanos.

Entre os vira-latas, o olfato é ainda mais apurado em comparação às outras raças. Nos cães, esse sentido é essencial para ajudá-los a identificar cada elemento no ambiente ao seu redor. Em situações de falta de moradia, obrigando os animais a viverem nas ruas, o olfato auxilia os cães SRD a detectar alimento em sacos de lixo.

Importante desde o nascimento e sendo a ferramenta que o filhote usa para encontrar a mama materna, o olfato também apresenta importância reprodutiva, já que é ele que capta os ferormônios sexuais liberados pelas fêmeas durante o cio, capacitando os machos a encontrarem-nas.

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