Descubra por que milhões de crianças brasileiras nunca provaram chocotone. O abismo social exposto pela PNL, Antropologia e o Esoterismo do consumo.
Existe uma dimensão além da rotina, além das crenças fixas e dos limites que nos impõem. É o território da mente aberta, onde cada reflexão se torna uma porta e cada experiência, uma janela para novas possibilidades. Aqui não se trata apenas de ler, mas de atravessar para um espaço em que o autodesenvolvimento revela universos ocultos, e o cotidiano se transforma em viagem de consciência e propósito. Este é o limiar do SHD: Seja Hoje Diferente na qual falaremos sobre Sim existe no Brasil crianças que nunca comeram um pedaço de chocotone.
A afirmação é crua, quase inacreditável para quem cresceu no Brasil das últimas décadas, mas é uma realidade pungente que meus estudos me obrigam a encarar: Sim, existe no Brasil crianças que nunca comeram um pedaço de chocotone. E essa não é apenas uma estatística alimentar; é um portal para a antropologia da ancestralidade, a história das religiões de consumo, e o esqueleto da desigualdade social visto pelo prisma da mitologia moderna da fartura natalina.
O Chocotone, essa variação tropicalizada do italiano panettone, é mais do que um pão doce com chocolate; ele é um símbolo. Na holística do consumo, o Chocotone, assim como a árvore de Natal, representa a materialização de uma promessa, o clímax da época em que a falta deve ser, por um breve momento, suspensa. Mas, para um número alarmante de lares, essa promessa é um outdoor de luxo inatingível, uma metáfora amarga da exclusão.
Minha jornada pessoal, nascido em 14 de julho de 1976, me fez testemunhar em primeira mão as transformações do Brasil. Lembro-me da Páscoa da minha infância, na década de 80, onde o ovo de chocolate era um tesouro, e o panetone, no Natal, era a versão original, muitas vezes a única opção. Na década de 90, o Chocotone começou a ganhar força, impulsionado por um marketing cada vez mais agressivo e pela estabilidade econômica (ainda que volátil) do Plano Real.
Essa ascensão de um item de luxo sazonal a um produto de consumo de massa é um campo fértil para a PNL (Programação Neurolinguística). O marketing soube criar uma âncora poderosa, ligando o cheiro do chocolate e o sabor doce à emoção da família reunida, da celebração e da abundância. A Lei do Novo Pensamento nos lembra que aquilo em que focamos se expande; e a indústria focou em expandir o desejo, transformando o Chocotone de um doce para a sobremesa em um item essencial para a experiência natalina. A ausência desse item, portanto, passa a ser sentida não apenas como fome, mas como a falha em participar de um ritual socialmente imposto.
Na minha carreira, desde que entrei na fabricante de conectores, tomadas e interruptores em 2001, passando por vários cargos até assumir o antigo CPD em 2008, e hoje liderando a rede de servidores e usuários, eu aplico metodologias ágeis e tradicionais não apenas para gerenciar a tecnologia, mas para entender a dinâmica humana. A agilidade, em seu cerne, busca a entrega de valor de forma incremental. O que o nosso sistema social está "entregando" a essas crianças? Um contraste brutal.
A psicologia nos fala do sentimento de pertencimento e da identidade social. Uma criança que vê a propaganda na TV, o produto no carrinho do supermercado (que ela talvez nem frequente) e ouve os colegas falando sobre a guloseima de Natal, mas não a tem em casa, internaliza uma mensagem de escassez e exclusão. Esse gap se torna uma ferida invisível que a antropologia do xamanismo chamaria de uma perda de alma cultural, um desenraizamento do banquete tribal que é o Natal.
No campo da teologia e da história das religiões, o Natal sincretiza a tradição cristã com rituais pagãos de inverno (e verão no hemisfério sul) de renascimento e dádiva. O Chocotone, com sua doçura concentrada e sua forma que lembra uma coroa ou uma montanha de ouro, assume o papel de uma oferenda à esperança de um ano melhor. A negação dessa oferenda é uma falha na liturgia do consumo que o holismo tenta desesperarmente harmonizar.
A ufologia e o esoterismo nos ensinam que a realidade é muito mais maleável do que parece, que a nossa consciência é o principal campo de batalha. Mas como podemos esperar que uma criança desenvolva uma "mentalidade de abundância" ou use as ferramentas do desenvolvimento pessoal se a experiência mais básica de abundância (o doce sazonal) lhe é negada? É um paradoxo cruel. A astrologia chinesa (baseada no calendário lunar e nos cinco elementos) e a astrologia ocidental (com seus ciclos planetários) mapeiam o potencial, mas o potencial material só se manifesta onde há oportunidade material básica.
Refletindo sobre a evolução do consumo no Brasil:
Anos 80: Natal mais simples, foco na família e na tradição. O panetone era o "clássico". A carência era mais generalizada, mas o símbolo de consumo ainda não era tão opressor.
Anos 90: A estabilidade monetária (Real) populariza a importação e diversifica o mercado. O Chocotone explode como novidade. O abismo começa a se acentuar: quem tem acesso, ostenta a novidade.
Anos 2000: Consolidação do Chocotone como "o Natal". As embalagens ficam mais luxuosas. O símbolo de status se cristaliza. Minha filha mais velha, Brenda (nascida em 08.02.2003), já nasceu nesse cenário de Chocotone garantido na mesa.
Dias Atuais: Extrema sofisticação de sabores e marcas premium. O Chocotone se torna um mercado de nicho e de massa, ao mesmo tempo. A diferença entre o "barato" e o "gourmet" reforça a hierarquia social, expondo a nudez da miséria de quem não tem sequer o mais simples. Minha caçula, Mylena (nascida em 11.11.2011), vê o Chocotone como um item cultural onipresente, mas o número de crianças sem acesso cresceu exponencialmente com as crises recentes.
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A etnologia indígena e a antropologia da ancestralidade nos ensinam sobre a importância do compartilhamento e da comensalidade nas sociedades tradicionais. Onde o alimento é sagrado e sua distribuição é um ato de coesão social, a privação é uma doença do corpo comunitário. O fato de o Chocotone ser um item cultural tão forte e, ainda assim, inacessível a milhões de crianças, é um sintoma da falência de nosso contrato social. Não se trata de caridade, mas de justiça simbólica e material.
A filosofia e a psicologia nos lembram que a primeira experiência de mundo molda a arquitetura de nossa mente. As crianças que crescem na falta do essencial carregam consigo uma programação de escassez que a PNL e o Desenho Humano (que mapeia a energia inata) tentarão, por anos, desconstruir. Se eu, com minha humilde coleção de disco de vinil que ouço na vitrola vintage em meus momentos de relaxar e ler, e minhas filhas tendo o que comer, sou testemunha de uma realidade de conforto, sou também um agente de consciência dessa discrepância.
A reflexão final, utilizando a filosofia SHD: Analisar, Pesquisar, Questionar e Concluir, nos leva ao seguinte ponto sobre o Brasil nos dias atuais:
- Analisar: A ausência de um item culturalmente fundamental como o chocotone na dieta de milhões de crianças brasileiras não é um problema de logística, mas sim de distribuição de renda e prioridades sociais. É a face mais doce e, por isso, mais trágica, da desigualdade.
- Pesquisar: Precisamos ir além do assistencialismo sazonal e investigar as estruturas que perpetuam essa privação. A pesquisa deve se voltar para políticas públicas de segurança alimentar e para a consciência do consumidor (eu e você), que pode exigir maior responsabilidade social das grandes fabricantes que lucram com esse símbolo.
- Questionar: Qual é o custo psicológico e social de uma infância marcada pela exclusão de rituais de consumo? Estamos dispostos a aceitar que nosso Natal de fartura se constrói sobre a negação do Natal de outros? Onde está nossa humanidade e o que a teologia chama de fraternidade neste cenário?
- Concluir: A conclusão é que o Chocotone, como símbolo, é um potente indicador de que a viagem da consciência do indivíduo é inseparável da viagem da consciência coletiva. Enquanto houver crianças privadas até do simbólico, nosso desenvolvimento pessoal será um castelo de areia erguido sobre uma fundação social podre. O verdadeiro autoconhecimento exige que reconheçamos nossa responsabilidade na mudança desse panorama.
Neste aprendemos que a falta de acesso a um item de consumo sazonal como o Chocotone é um reflexo profundo e doloroso da desigualdade social no Brasil, atuando como uma âncora de exclusão que impacta a identidade e o senso de pertencimento, demandando uma reflexão que une PNL, Antropologia e a urgência da Justiça Social.


