Sua vida é culpa sua? Descubra como a mente distorce os fatos e cria a realidade que você vive. A verdade vai te assustar.
Saudações, Auto Desenvolvedor! Neste texto sobre como a mente cria a realidade trago a vocês leitores do SHD: Seja Hoje Diferente uma imersão profunda em um dos conceitos mais fascinantes e debatidos da história humana. A ideia de que não vemos o mundo como ele é, mas sim como nós somos, não é apenas uma frase de efeito de parachoque de caminhão, mas o fundamento de diversas disciplinas que estudo fervorosamente. Desde os tempos antigos até a moderna neurociência, a conclusão parece convergir para um ponto único: somos os arquitetos da nossa própria experiência. A Programação Neurolinguística (PNL) nos oferece um pressuposto básico que diz que "o mapa não é o território". Isso significa que a realidade objetiva, aquela tangível e imutável, é inacessível para nós em sua totalidade. O que temos é uma representação interna, filtrada pelos nossos sentidos, crenças e valores, criando uma simulação que chamamos de "minha vida".
A filosofia, muito antes da ciência moderna, já nos alertava sobre isso. Platão, com sua Alegoria da Caverna, sugeriu que o que tomamos por realidade são apenas sombras projetadas na parede, meras cópias imperfeitas da verdade. Trazendo isso para a psicologia cognitiva, entendemos que nosso cérebro é bombardeado por milhões de bits de informação por segundo. Se tivéssemos que processar tudo, enlouqueceríamos instantaneamente. Para nos proteger e garantir nossa sobrevivência, nossa mente evoluiu mecanismos de filtragem. O Sistema Ativador Reticular (SAR), uma rede de neurônios no tronco cerebral, atua como um porteiro rigoroso, deixando passar apenas o que considera importante para a sua sobrevivência ou o que confirma suas crenças preexistentes. É por isso que, quando você decide comprar um carro de determinado modelo, de repente começa a ver esse carro em todas as esquinas. O carro sempre esteve lá, mas sua mente agora o selecionou como parte da sua realidade.
Nascido em 14 de julho de 1976, tive o privilégio de vivenciar a transformação radical da percepção de realidade ao longo das décadas. Nos anos 80, aqui no Brasil, nossa realidade era moldada pela escassez de informação e pela instabilidade econômica. A "verdade" chegava pelo Jornal Nacional ou pelo rádio. A Lei do Novo Pensamento, que sugere que pensamentos são coisas e que a mente molda a matéria, parecia algo místico demais para uma época onde a preocupação era a inflação galopante e a troca de moedas. Contudo, olhando para trás, percebo como a mentalidade de "crise" criava um ciclo vicioso de estagnação para muitos, enquanto aqueles que conseguiam visualizar oportunidades além do caos prosperavam. A psicologia do desenvolvimento nos mostra que o ambiente molda o indivíduo, mas a resiliência mental permite que o indivíduo transcenda o ambiente.
Na década de 90, com a abertura do mercado e a chegada tímida da tecnologia, a realidade começou a se expandir. Foi nessa época que comecei a entender que a rigidez mental era o maior inimigo do progresso. Quando entrei na fabricante de tomadas e interruptores em 2001, o mundo industrial era extremamente cartesiano. Uma tomada é um objeto físico, binário: funciona ou não funciona. No entanto, ao assumir o antigo CPD em 2008, após passar por diversos cargos operacionais e táticos, percebi que a tecnologia não era sobre máquinas, mas sobre pessoas e processos mentais. A liderança de TI me ensinou que um sistema só é "bom" se a realidade mental do usuário estiver alinhada com a lógica do programa. Se a mente do usuário rejeita a ferramenta, a ferramenta, na prática, não existe como solução.
A aplicação de metodologias ágeis e tradicionais na minha carreira foi um laboratório prático de como a mente cria realidades corporativas. O modelo tradicional (Waterfall), muito forte nos anos 2000, tentava prever o futuro, criando uma realidade fixa e documentada antes mesmo de ela acontecer. Já o Agile, que abracei com força, aceita a incerteza e a impermanência, adaptando a realidade a cada ciclo. Essa flexibilidade mental foi crucial para minha evolução de um cargo técnico para a liderança. O Desenho Humano, um sistema que sintetiza conhecimentos antigos e modernos, reforça que cada um de nós possui uma autoridade interna única para tomar decisões. Tentar impor uma "realidade" de trabalho que vai contra o desenho energético de uma pessoa gera frustração e resistência. Compreender isso me ajudou a liderar equipes respeitando a forma como cada um processa o mundo.
É fascinante observar as curiosidades regionais do nosso Brasil sob essa ótica. O famoso "jeitinho brasileiro" nada mais é do que uma manifestação cultural de flexibilidade da realidade. Onde a lei (realidade objetiva) diz "não", a mente brasileira, criativa e adaptável, diz "talvez" ou "vamos ver". Isso tem um lado sombrio, claro, ligado à corrupção e à falta de ética, mas também tem um lado luminoso de inovação e sobrevivência. Nos anos 80 e 90, essa criatividade era analógica, improvisada. Hoje, na era digital, ela se manifesta no empreendedorismo e na capacidade de viralizar ideias. A realidade social do Brasil é uma construção coletiva complexa, onde o otimismo e o fatalismo dançam juntos, criando um cenário único de oportunidades e abismos.
A psicologia positiva e os estudos sobre autoconhecimento nos mostram que a narrativa que contamos sobre nós mesmos define nosso destino. Se você narra sua vida como uma tragédia, seu cérebro buscará, inconscientemente, evidências para validar essa tragédia, ignorando as vitórias. Isso é o viés de confirmação em ação. Na minha jornada na indústria, vi excelentes profissionais estagnarem não por falta de habilidade técnica, mas porque a "realidade interna" deles dizia que eles não eram merecedores ou que o sistema era injusto. Ao mesmo tempo, vi pessoas com menos recursos técnicos ascenderem porque sua realidade interna era de aprendizado contínuo e superação. Eu mesmo, vindo de uma época analógica e me adaptando para liderar a TI em uma indústria de manufatura, precisei reescrever minha identidade diversas vezes. Deixei de ser "o cara do computador" para ser um estrategista de negócios, e essa mudança aconteceu primeiro na minha mente antes de se manifestar no organograma da empresa.
Hoje, vivemos em bolhas de realidade algorítmica. As redes sociais, utilizando princípios que a psicologia comportamental estuda há décadas, entregam a você exatamente o que você quer ver, reforçando suas crenças e estreitando sua visão de mundo. Nunca foi tão fácil criar uma realidade paralela e viver nela. Isso é perigoso. O autoconhecimento se torna, então, uma ferramenta de sobrevivência. É preciso questionar: "Isso que estou sentindo é um fato ou uma interpretação baseada em meus traumas e condicionamentos?". A física quântica, muitas vezes mal interpretada, traz o "efeito observador", sugerindo que o ato de observar altera o fenômeno observado. Trazendo para o macrocosmo da vida diária: onde você coloca sua atenção, coloca sua energia, e aquilo cresce.
Para concluir esta reflexão, convido você a aplicar a filosofia SHD: Analisar, Pesquisar, Questionar e Concluir sobre a sua própria realidade atual no Brasil.
Analisar: Observe os padrões repetitivos na sua vida. São problemas externos ou projeções internas?
Pesquisar: Busque fontes fora da sua bolha habitual. A PNL nos ensina a modelar a excelência; estude como pessoas que têm a realidade que você deseja pensam, e não apenas o que elas fazem.
Questionar: Desafie suas certezas absolutas. Pergunte-se "E se o oposto disso for verdade?". Lembre-se que nas décadas passadas tínhamos "certezas" que hoje são obsoletas.
Concluir: Forme uma nova síntese para sua ação hoje. A realidade não é algo que você encontra, é algo que você constrói a cada pensamento, a cada emoção e a cada decisão. Na minha vivência, desde o chão de fábrica até a gestão executiva, a maior ferramenta que possuo não é o software mais moderno, mas a capacidade de gerenciar minha própria percepção. Seja o curador da sua mente, pois ela é a curadora da sua vida.
Palavras-chave SHD:
Inside para seu caderno de estudos:
"A realidade objetiva é neutra; a experiência subjetiva é uma escolha. O mapa (sua mente) determina onde você pisa no território (sua vida). Mude o mapa para mudar o destino."


