Conhecido por povos originários indígenas, o banho de folhas é usado até hoje para atrair saúde, prosperidade, amor, equilíbrio, cura física e espiritual

A música Banho de Folhas fez a baiana Luedji Luna se tornar conhecida no país. Ao misturar alguns ritmos da rica musicalidade da Bahia, a cantora traz nessa música o poder de proteção, cura e conexão com o divino por meio do benzimento de um bom banho de folhas.

Conhecido há séculos por comunidades indígenas tradicionais, este banho especial foi transmitido por meio da oralidade entre essas comunidades ao passar do tempo. Esses rituais são famosos pelo poder físico e energético, sendo adequados para diferentes ocasiões: relaxar, aliviar algumas dores no corpo, reequilibrar e atrair boas energias.

Hoje, o banho de folhas não é mais restrito às comunidades tradicionais, tendo se espalhado pelo mundo, a partir da maior disseminação de informações por meio da internet, do maior acesso e da circulação de pessoas em escala global. Confira um pouco da história dele e como prepará-lo em sua casa.

Histórico

Hoje, o Brasil possui cerca de 300 povos indígenas distribuídos em seu território. Cada um deles possui as suas próprias tradições, cultura e língua. Os hábitos dessas populações estão presente no cotidiano dos brasileiros até hoje, a partir de comidas a base de batata-doce, guaraná, mandioca e milho, além do hábito de tomar banho todos os dias — o que era evitado pelos europeus.

Foi com os indígenas que também surgiu o hábito de tratar doenças com ervas encontradas nas matas. Os rituais de cura do corpo — e, consequentemente, do espírito — são comandados pelos pajés, lideranças espirituais. Esses povos indígenas mantêm uma relação de interdependência com o meio onde vivem. Assim, as plantas aparecem como espíritos que oferecem moradia, alimento e remédio.

Outros hábitos de higiene comuns entre os brasileiros são heranças de culturas indígenas: lavar e cortar os cabelos, além do ato de se depilar. Para isso, esses povos realizavam substâncias vegetais como óleo de andiroba e extrato de pitanga — usados ainda hoje pela indústria de higiene pessoal.

A chegada de africanos que haviam sido escravizados fortaleceu essa cultura do banho de folhas. Nas religiões de matriz afro-brasileira, como o candomblé e a umbanda, o ritual é essencial na conexão com o divino, podendo ser realizado por qualquer pessoa em qualquer época do ano. Contudo, ele deve ser preparado por pessoas responsáveis por isso.

Preparo

Existem  diferentes métodos para se preparar banhos de folhas. Um deles é a infusão, utilizada para a preparação de chás. Nesse processo,  esquenta-se a água até a sua fervura. Só, então, folhas secas são adicionadas no líquido, que deve permanecer tampado por alguns minutos.

Já a decocção usa não só folhas, mas também caules, cascas e sementes, bastando ferver todas elas conjuntamente e aguardar até que as partes mais duras da mistura estejam amolecidas. Para quem busca aproveitar mais o caldo das folhas, recomenda-se a maceração, processo que retira o sumo de ervas frescas pelo atrito entre mãos ou por pilão. Se quiser, coe a mistura.

Enquanto você espera a mistura entre água quente e folhas abafar, fale o que quer atrair ou pelo que quer agradecer com aquele banho: saúde, amor, prosperidade, paz, cura e limpeza espiritual. O som da fala é energia poderosa para se conectar com a inteligência das plantas, o que fortalece o processo.

Quando terminar as rezas, pegue uma bacia e jogue o banho de ervas em seu corpo, da cabeça ou do pescoço para baixo, dependendo do que a sua crença religiosa permite. Reforce os pedidos e os agradecimentos enquanto a água escorre pelo seu corpo.

Antes de selecionar as folhas e os caules, verifique se você tem alergia a algum deles. Caso se sinta confortável, adicione incenso e música à ocasião, para deixar o ambiente mais aconchegante.
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