De acordo com critérios de estudos recentes, é possível elaborar previsões de quando isto aconteceria.

Desde o início da quarentena, os profissionais da saúde têm enfrentado rotinas desgastantes, repletas de periculosidade, e casos cada vez mais numerosos.

A pandemia do novo coronavírus, que fez vítimas em todos os continentes, também tem causado um rastro de destruição em solo brasileiro: embora seja difícil acompanhar os números, por conta da subnotificação, já passamos de 100 mil infectados e centenas de mortos.

Quando foi anunciada a quarentena em diversos estados do país, em meados de março, acreditava-se que a curva do contágio estaria bastante controlada por volta de julho. Como não houve adesão de boa parte da população ao isolamento social, os números cresceram de forma significativa.

Muitos têm se perguntado se há previsão para a normalização da situação brasileira. O pico dos casos é incerto, mas alguns estudos têm oferecido um pouco mais de clareza sobre a situação. Abaixo, falaremos um pouco sobre eles.


Quando será o pico de contágio do novo coronavírus no Brasil?

Em entrevista fornecida à BBC, Márcio Sommer Bittencourt, médico do centro de pesquisa clínica e epidemiológica do Hospital Universitário da USP, disse que é impossível pensar em um único pico no Brasil, país de proporções continentais. 

De acordo com o especialista, a nossa pandemia é composta por diferentes epidemias locais, com parâmetros e padrões distintos. Tal circunstância nos obriga a observar o desenvolvimento do coronavírus dentro dos estados ou das regiões do país. 

Para o corpo científico, é possível que só consigamos identificar o pico de contágio quando pudermos reconhecer a redução consistente de três índices. Falaremos mais sobre eles abaixo.

Número de mortes e novos casos diários

As estatísticas oficiais são importantes para que possamos avaliar como a doença tem se comportado em cada região. Se os números continuam a crescer, como tem acontecido, não é possível dizer que ultrapassamos o ápice do contágio.

Para que a queda seja relevante, é preciso que ela se mantenha por, pelo menos, duas semanas, período de incubação do novo coronavírus — ou seja, tempo que o vírus permanece no organismo antes de começar a agir. 

Taxa de reprodução do vírus

A taxa de reprodução do vírus, conhecida como RT, é utilizada para indicar quantas pessoas são infectadas, em média, por quem está contaminado pelo novo coronavírus.

Quando o índice cai e fica abaixo de um por um período significativo, podemos dizer que ultrapassamos o pico do contágio. Para reabrir o comércio e normalizar a rotina do brasileiro, o ideal seria ter uma taxa abaixo de 0,8. Acredita-se que boa parte do país está com índice acima de um.

Casos graves

O índice em questão fala sobre o número de casos de síndrome respiratória aguda, problema grave e potencialmente fatal, que tem afetado alguns dos pacientes do SARS-CoV-2.

Em 2020, o Brasil apresentou 159 mil casos de síndrome respiratória aguda, 4 vezes o número de quadros registrados em 2019. Cerca de 60 mil indivíduos testaram positivo para o novo coronavírus.

O dado auxilia na avaliação da taxa de contágio e da circulação do vírus, uma vez que se trata de um aumento anormal no número de pacientes da síndrome respiratória aguda.

Outras estimativas

Uma pesquisa feita pela Funcional Health Tech, portal de análise de informações sobre o setor de saúde do Brasil, sugere que o ápice da pandemia do novo coronavírus ocorrerá no dia 6 de julho. Na ocasião, estima-se que 1,7 milhões de brasileiros estejam infectados ao mesmo tempo.

Especificamente em São Paulo, um dos estados mais afetados pela pandemia, o estudo indica que o pico deve acontecer no final de julho, por volta do dia 30. Acredita-se que, na data em questão, o estado terá mais de 360.000 casos ativos.

A projeção foi feita por meio de um modelo matemático que considerou as taxas de transmissão da COVID-19 e os índices populacionais das regiões brasileiras até o dia 6 de maio.

Convém dizer que os números citados referem-se apenas aos indivíduos que estarão infectados, ou seja, os óbitos e os pacientes recuperados não foram contabilizados.
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