Livrar-se da masculinidade tóxica pode ajudá-los a viver melhor e de forma mais saudável 

Muitos rapazes ainda se sentem ameaçados ou intimidados pelo feminismo, mas a verdade é que o movimento que luta pela igualdade de direitos entre os sexos masculino e feminino traz benefícios para todos, inclusive, para a intimidade dos homens e até para a saúde deles.

Uma pesquisa feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS) mostrou que a saúde dos homens é melhor em países onde existe mais igualdade de gênero. Segundo o estudo, realizado em mais de 40 territórios, a equidade eleva a expectativa de vida masculina.

Masculinidade frágil pode fazer mal 

As explicações para as conclusões da pesquisa da OMS são várias. A primeira delas é um dos principais mitos da masculinidade: as mulheres são mais frágeis por isso, necessitam de mais cuidados. Consequentemente, os homens seriam mais fortes e não precisariam se preocupar tanto com eles mesmos.

De acordo com essa crença, baseada em preconceitos e que nada tem a ver com características biológicas reais, se cuidar é visto como “coisa de mulher.” Além disso, para manter a aparência de inabalável ou durão, o homem acredita que não precisa estar tão atento ao seu corpo.

Essa mentalidade faz com que, entre outras coisas, muitos homens não tenham o hábito de visitar regularmente um médico para fazer check-ups. Esses exames podem garantir diagnósticos precoces que aumentam as chances de cura de muitas doenças.

As mulheres, por sua vez, fazem mais consultas de rotina e, pelo menos, uma visita anual ao ginecologista. Os exames pedidos por esse profissional ajudam a manter a saúde de sistema reprodutor, mas também são ótimos para diagnosticar vários outros problemas.

Com mais orientação profissional e por meio das redes de mulheres, que se expandiram com o feminismo, elas também costumam estar mais atentas a qualquer sintoma. Enquanto isso, a masculinidade frágil faz com que eles ignorem, até mesmo, sinais mais graves.

Muitos homens hesitam em procurar um médico mesmo quando convivem com desconfortos frequentes, como dores, tonturas e falta de ar — sintomas que podem indicar problemas cardíacos. Não por acaso, eles costumam ser mais surpreendidos com infartos fulminantes. Os sinais estavam lá, mas vinham sendo ignorados.

Além disso, por conta dessa mentalidade, os homens cuidam menos da alimentação, já que comidas saudáveis, geralmente, também são descritas por muitos como “frescura”. Isso sem falar que eles costumam consumir mais bebidas alcoólicas, correm mais riscos no trânsito ou procuram brigas, tudo para manter a “fama de macho.”

Ao quebrar as amarras da sociedade patriarcal e mostrar que os homens não precisam provar nada para ninguém, o feminismo pode ajudá-los a entender que eles também  podem — e devem — se cuidar, pois, isso é bom para todos.

Quebra de preconceitos também é um alívio para saúde mental

Uma sociedade com relações mais igualitárias também é uma enorme libertação para a saúde emocional tanto das mulheres, que terão que enfrentar menos machismo no dia a dia, quanto dos homens, que ficariam livres dos estereótipos do que significa ser másculo.

Especialistas em saúde mental acreditam que as pressões sociais da sociedade patriarcal, ao mesmo tempo que beneficiam os homens em algumas esferas, também são tóxicas e os deixam exaustos. 

Não por acaso, os homens representam mais de 70% dos casos de suicídio no Brasil, o que provavelmente tem a ver com toda essa pressão que eles acreditam que precisam aguentar sozinhos. Enquanto isso, as mulheres não só procuram mais ajuda psicológica, como também desabafam mais com as amigas, por exemplo.

O feminismo nos ajuda a entender que todos podemos ser vulneráveis e que isso não tem nada a ver com o gênero. Assim, todos se cuidam mais e cuidamos uns dos outros. 
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