Para espantar a solidão, pessoas têm adotado pets em todo o mundo, esvaziando os abrigos

Desde o mês de março, diversos estados brasileiros se encontram em isolamento social e quarentena. As medidas têm como objetivo evitar a propagação do novo coronavírus e a contaminação pela COVID-19. 

Ficar longe de amigos e familiares pode ser bastante desafiador. Para ajudar a espantar a solidão e a ansiedade que o momento traz, muitas pessoas têm adotado animais em abrigos. Assim, elas têm alguém para cuidar e encontram uma forma de ocupar a mente.

O fenômeno vem acontecendo em todo o mundo. Nos Estados Unidos, um abrigo para animais da Flórida conseguiu, até mesmo, zerar a fila de adoção de pets, celebrando o feito nas redes sociais. Los Angeles, na Califórnia teve 70% de aumento na procura por animais nos abrigos também. Isso mostra que a adoção de um pet tem sido uma tendência crescente no país.

Como isso foi feito?

Para atingir o feito de zerar a fila de adoção em canis e abrigos, diversas organizações de proteção animal se uniram em campanhas para incentivar o acolhimento definitivo ou o lar temporário para cães e gatos.

A entrega dos animais foi feita pelo sistema drive-thru para facilitar o processo e evitar contaminações. Assim, diversos animais ganharam uma família.

Há abrigos que ainda contam com animais para adoção, incluindo até cavalos e porcos. Uma das principais preocupações das organizações é que as famílias que adotaram os bichinhos fiquem com eles.

Existe um temor genuíno de que muitos acabem desistindo de ter um animal de estimação. Isso pode ocorrer por conta da crise financeira que a pandemia vai trazer, custando o emprego e a renda de muitos. Outra possibilidade é de que abram mão do pet ao fim do isolamento social por não sentirem mais a “necessidade” da companhia do animalzinho.

Incentivo às adoções é desafiador

Estimular que as famílias que desejam adquirir um pet recorram aos abrigos é um desafio. Quando se trata do período de quarentena, no qual as pessoas têm menos chances de verem o pet pessoalmente, isso se torna ainda pior.

Muitos abrigos recorrem à criatividade e às redes sociais para poderem apresentar os pets que estão sob sua tutela, descrevendo sua personalidade. A entrega pode ser combinada, agendada ou feita por outros meios, conforme a disponibilidade de ambos os lados.

E como tem sido por aqui?

Infelizmente, no Brasil, parece que tem acontecido algo oposto a esse fenômeno. Em reportagem do portal Hypeness, é possível acompanhar que a organização sem fins lucrativos Arca Brasil, dedicada aos cuidados animais, recebeu diversos contatos de pessoas que, durante a quarentena, manifestaram o desejo de se livrar do animal de estimação.

A instituição não julga o comportamento ou vontade dessas pessoas, mas tenta persuadi-las a mudar de opinião. A ONG Patas Dadas informa que conseguiu ao menos lares temporários para os seus animais, porém, sabe que nem todos serão convertidos em adoções definitivas.

Preocupação constante

Estudos têm sido realizados em todo o mundo para tentar entender se pode existir contaminação cruzada pelo novo coronavírus de humanos para pets e vice-versa. Até a conclusão deste artigo, na primeira quinzena de maio, nenhum resultado conclusivo havia sido encontrado.

De qualquer forma, cães e gatos são seres vivos que precisam de atenção, carinho e cuidado. Antes de adotar um pet, é fundamental ter isso em mente e compreender que, muitas vezes, cuidar é mais que simplesmente comprar ração e dar água fresca diariamente.

Os pets precisam de acompanhamento médico, vacina, ração, exercício e até lazer como os humanos. Para famílias que estão com a renda comprometida, por conta da COVID-19, pode ser um momento ruim adotar um bichinho. No entanto, a alegria, a companhia e o amor que dão em retorno é incalculável.
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