Imagem Divulgação
Epilepsia: Desafios na hora de realizar o diagnóstico
Falsos positivos são comuns no diagnóstico de epilepsia devido detalhes no exame e histórico médico. Saiba mais!
A epilepsia é uma condição grave e recorrente, consistindo em 15% das emergências neurológicas. No entanto, apesar desses fatores, a patologia ainda é de difícil diagnóstico.Ainda que as crises epilépticas façam parte da rotina clínica na área de neurologia, o que ocorre é um número elevado de falsos positivos, podendo chegar a até 18% dos diagnósticos da condição. Essa situação deve ser combatida especialmente pelas sérias consequências médicas e sociais impostas aos pacientes diagnosticados.
Pensando nessa grave recorrência de falso positivo e nos desafios para um diagnóstico acertado da condição, destacamos a seguir os principais fatores a serem considerados nesse processo e como os laudos a distância contribuem para minimizar os erros.
Principais desafios do diagnóstico de epilepsia
Um dos obstáculos mais significativos para o diagnóstico das crises epilépticas deve-se ao fato de que se trata de ocorrências transitórias, nas quais raramente o médico consegue fazer o acompanhamento do caso, dificultando uma análise clínica que considere o histórico do paciente.Além disso, outros eventos clínicos semelhantes, como síncope ou crises não epilépticas, também consistem em desafios adicionais ao médico que realiza o diagnóstico de epilepsia.
Para evitar esses erros, é relevante que o profissional de saúde conheça as técnicas diagnósticas mais eficientes para os casos de crises epilépticas, como o eletroencefalograma e a ressonância magnética cerebral, e também os desafios mais recorrentes na interpretação desses exames.
Confira a seguir os desafios mais comuns na hora de realizar o diagnóstico de epilepsia e aprenda como evitá-los.
Histórico médico
O diagnóstico de epilepsia só é possível por meio da identificação correta das crises epilépticas, consistindo em um desafio para o médico o fato dessas ocorrências serem transitórias e dificilmente monitoradas de perto.
Dessa forma, para iniciar o diagnóstico o médico deverá basear-se nas informações do paciente ou de testemunhas sobre a crise em si. De acordo com um estudo, mesmo em casos nos quais os médicos puderam assistir o vídeo da crise epiléptica, houve um acerto de 60% dos diagnósticos, o que demonstra a dificuldade desses casos.
Além disso, conhecer a história clínica do paciente é essencial para evitar falsos positivos. A falta de tempo para que o profissional dedique-se ao caso pode ser um fator limitante, o que se junta ao desafio inerente de um diagnóstico por meio da semiologia.
Exames
Além de buscar conhecer detalhadamente o histórico do paciente para contribuir no diagnóstico de epilepsia, o médico deverá recorrer aos exames mais eficientes para esse tipo de caso.
Eletroencefalograma
O eletroencefalograma, ou EEG, tem um papel importante no diagnóstico para epilepsia. Entretanto, o médico deve atentar-se a dois fatores complicantes dessa técnica diagnóstica:
● a atividade epileptiforme pode estar presente em 0,5% dos adultos assintomáticos que nunca tiveram crises epilépticas;
● a presença de numerosos grafoelementos semelhantes morfologicamente aos epileptiformes, mas que não são relacionados às convulsões epilépticas.
Portanto, apesar da utilidade do EEG nesses diagnósticos, não se deve ignorar a ocorrência de situações incomuns que podem provocar falsos positivos.
Ressonância magnética
Outro exame bastante útil no diagnóstico de epilepsia é a ressonância magnética cerebral que auxilia na identificação de lesões subjacentes potencialmente epileptogênicas.
No entanto, assim como o EEG, esse exame também apresenta exceções que podem resultar em um falso positivo.
O que ocorre é que nem todas as síndromes epilépticas apresentam alterações estruturais no cérebro, como é o caso da epilepsia generalizada idiopática.
Além disso, mesmo a identificação de lesões cerebrais na ressonância magnética não oferecem uma confirmação conclusiva da patologia, sendo necessário associar o exame a outros meios diagnósticos para que haja a confirmação.
Confusão com outras patologias não epilépticas
Como afirmado, outro desafio no diagnóstico da epilepsia consiste na confusão com outras patologias não epilépticas. São exemplos de condições facilmente confundidas:
● síncope: consiste em uma perda temporária de consciência provocada pela hipoperfusão global do cérebro, sendo clinicamente semelhantes às convulsões tônico-clônicas;
● eventos psicogênicos epilépticas: consistem em alterações transitórias no comportamento ou consciência que imitam crises epilépticas, mas que não causam alterações na atividade cortical cerebral que são identificadas na epilepsia.
● Portanto, é importante que o diagnóstico da epilepsia seja baseado em uma análise detalhada dos exames e também considerando a história clínica do paciente.
Quais os benefícios dos laudos a distância?
Atualmente, os laudos a distância, também chamado de telerradiologia, têm sido importantes aliados em um diagnóstico mais preciso da epilepsia. Entre os benefícios dessa prática que influenciam nesse processo destacam-se:
● os laudos são emitidos por médicos especialistas, o que garante maior experiência na identificação de problemas neurológicos como a epilepsia, auxiliando na identificação das particularidades dessa condição;
● mesmo clínicas e hospitais localizados em regiões distantes podem utilizar o serviço de telerradiologia que funciona pela internet, fazendo com que mesmo locais com poucos recursos possam ter médicos especialistas em neurologia realizando a análise dos exames;
● o serviço conta com agilidade na entrega dos exames, sendo que os laudos de neurologia podem ser devolvidos em até 30 minutos em casos emergenciais;
● a tecnologia inclui a emissão de laudos de diferentes exames de imagem neurológicos como ressonância magnética, tomografia computadorizada e medicina nuclear.
Dessa forma, os laudos a distância têm auxiliado na superação dos desafios do diagnóstico de epilepsia melhorando tanto o atendimento médico aos pacientes como reduzindo os falsos positivos comuns nessa ocorrência clínica.