A PNL, a Mitologia e a Teologia revelam o código secreto da moda surf!
Por que o Brasil dos anos 90 vestia o mar, mas olhava para o asfalto? A PNL, a Mitologia e a Teologia revelam o código secreto da moda surf!

Existe uma dimensão além da rotina, além das crenças fixas e dos limites que nos impõem. É o território da mente aberta, onde cada reflexão se torna uma porta e cada experiência, uma janela para novas possibilidades. Aqui não se trata apenas de ler, mas de atravessar para um espaço em que o autodesenvolvimento revela universos ocultos, e o cotidiano se transforma em viagem de consciência e propósito. Este é o limiar do SHD: Seja Hoje Diferente na qual falaremos sobre o fenômeno da moda surf no Brasil dos anos 90.

Eu, nascido em 14 de julho de 1976, passei por toda a transformação cultural que se desenhou entre a ditadura do jeans Lee e o colorido psicodélico das bermudas Hang Loose. Vi o antigo CPD se tornar a espinha dorsal de servidores onde hoje lidero, e aplico na minha carreira e vida pessoal as metodologias ágeis e tradicionais. Este olhar, que une o scrum da eficiência ao flow da consciência, me permite analisar como a cultura surf dos anos 90 foi, na verdade, um código complexo de Desenho Humano coletivo.

O fenômeno da moda surf é um estudo de caso fascinante para a Antropologia Cultural e a Etnologia Indígena. Por que jovens de São Paulo, Minas Gerais e o interior do país – lugares onde o mar era apenas uma promessa de viagem anual – vestiam-se como se estivessem a caminho de Maresias? A antropologia nos ensina que o vestuário é um sistema de comunicação não verbal, um marcador de pertencimento tribal. A moda surf era a "tatuagem" que indicava a tribo dos "descolados," dos "livres," em oposição à tribo "tradicional" ou "careta" da década anterior.

A Psicologia e a Programação Neurolinguística (PNL) oferecem um mapa mental para isso. A PNL fala em “Modelagem” – copiamos comportamentos e estados internos de excelência. Na década de 90, o estilo de vida surfista era modelado como o estado de excelência para a juventude: liberdade, desprendimento e autenticidade. O jovem vestia a bermuda larga da Lightning Bolt e, neurologicamente, tentava acionar o estado interno que a marca representava. Não era sobre surfar, mas sobre sentir-se como um surfista. O logo na camiseta agia como uma "âncora" da PNL, disparando um sentimento de rebeldia controlada e vibe descontraída, mesmo que a pessoa estivesse na aula de matemática.

As cores vibrantes e as estampas tropicais das marcas como Pakalolo e Nicoboco, que viraram febre, possuem um profundo significado na Astrologia Chinesa e no Holismo. O excesso de cor e estampa era uma reação instintiva ao cinza e à repressão estética dos anos 80. Na perspectiva holística, é a busca pelo equilíbrio dos chakras através da vestimenta, onde a explosão de azul (comunicação), amarelo (poder pessoal) e verde (coração) buscava quebrar o padrão. Era o corpo pedindo mais Qi (energia vital) através da expressão visual.

Lembro-me bem dessa transição, pois enquanto eu entrava na vida adulta, em 1994, o grunge americano encontrava o surfwear brasileiro. Foi nesse período que comecei a me aprofundar em Filosofia e Lei do Novo Pensamento. A essência da Lei da Atração e do Novo Pensamento é que a nossa realidade externa é um reflexo do nosso estado interno. A moda surf, com sua ênfase na "good vibe," era a afirmação inconsciente dessa Lei no Brasil: "Eu manifesto a liberdade e o mar na minha vida, mesmo no asfalto." Essa atitude mental, projetada pela roupa, reforçava o Desenvolvimento Pessoal de uma geração que buscava quebrar o ciclo de conformidade.

A Mitologia explica o arquétipo por trás da atração pela prancha. A imagem do surfista é, na verdade, a reencarnação do Herói Mitológico que navega sobre o caos (as ondas), tal como Poseidon ou o próprio Odiseu em sua jornada. Vestir a camiseta MCD ou Lost não era apenas moda, era um rito de passagem: a adoção do arquétipo do aventureiro, aquele que domina as forças da natureza e da vida. Minha filha mais velha, Brenda, já nasceu sob a égide desse estilo, enquanto a Mylena (nascida em 11.11.2011) já viu a moda se tornar vintage, o que mostra a longevidade do arquétipo.

A História das Religiões e a Teologia contemporânea também nos dão uma pista sobre o sucesso da Hang Loose. A "onda" – o principal símbolo – transcende a física. Na Antropologia da Ancestralidade, a água é o elemento primordial, a matriz de toda vida. No xamanismo, a onda é a jornada, a força que purifica. O logotipo da Hang Loose não era apenas um desenho; era o símbolo da busca por uma espiritualidade mais fluida, menos dogmática, uma reação à rigidez das instituições. Era a "onda de energia" do universo que o jovem queria vestir.

O Brasil é um caldeirão de Estudos Culturais e Espirituais Contemporâneos. Nas décadas de 80, a busca por identidade era mais séria, quase marcial (pense nos punks ou na moda mais sóbria do início da década). Nos anos 90, a moda surf relaxou isso, trazendo o conceito de flow, muito antes de ser popularizado nos estudos de produtividade. Enquanto na minha empresa de conectores, tomadas e interruptores eu evoluía do operacional para a rede de servidores desde 2001, eu via esse mesmo princípio de flow — a capacidade de deslizar sem resistência — sendo aplicado no lifestyle da juventude.

Curiosamente, a moda surf brasileira trouxe um elemento de abrasileiramento que a diferenciava da californiana. Marcas nacionais como a Nicoboco e a Pakalolo exploraram as estampas tropicais com uma saturação de cores que remetia ao Carnaval e à nossa alegria extrovertida. Não era apenas a rebeldia americana; era a rebeldia brasileira: colorida, solar, e com um toque de malandragem cultural, um ponto importante para a Antropologia do Xamanismo que valoriza as cores e a conexão com a natureza exuberante.

Hoje, escuto meus vinis na vitrola vintage e penso em como a moda se cíclica. A onda dos anos 90, que eu vi nascer e evoluir, ressurge nas tendências atuais, mas com um toque de nostalgia e ironia, diferente da seriedade da declaração de identidade daquela época.

Reflexão SHD para os Dias Atuais no Brasil:

A moda surf dos anos 90 foi uma poderosa metáfora de um desejo. Vestimos o mar no asfalto porque precisávamos desesperadamente de liberdade, flow e identidade em um país que saía de crises econômicas e buscava seu lugar no mundo.

Analisar: O que vestimos hoje que não é sobre a função, mas sobre a imagem que queremos projetar?

Pesquisar: Quais arquétipos (Herói, Aventureiro, Sábio) estão ativos nas tendências de moda e comportamento atuais no Brasil?

Questionar: O símbolo da "onda" (liberdade e desprendimento) de 30 anos atrás ainda ressoa com a nossa busca por propósito e bem-estar na era digital? Ou trocamos a bermuda larga pela roupa athleisure que promete eficiência constante?

Concluir: A verdadeira liberdade não está na marca da bermuda, mas na maestria do nosso estado interno. A PNL nos ensina a ancorar a vibe sem precisar do logo; o SHD nos convida a ser "surfistas" da consciência, dominando o fluxo da vida, não apenas vestindo-o.

Para pesquisar no SHD, as três principais palavras sobre o tema presente no texto são: Âncora, Arquétipo, Etnologia.

Neste aprendemos que o fenômeno cultural da moda surf dos anos 90 no Brasil foi um complexo sistema de comunicação e modelagem psicológica, onde a vestimenta atuou como uma "âncora" da PNL para manifestar a liberdade e o arquétipo do Herói Aventureiro no inconsciente coletivo, revelando uma profunda busca por identidade e flow na juventude da época.
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