Anvisa bane anabolizantes ilegais! Eu, com 49 anos, vi a busca pelo corpo perfeito mudar.
Anvisa bane anabolizantes ilegais! Eu, com 49 anos, vi a busca pelo corpo perfeito mudar. A PNL e a Psicologia explicam por que arriscamos a vida por uma imagem. Onde está o limite?

Eu nasci em 14 de julho de 1976. Lembro-me claramente da cultura do corpo que se transformou ao longo das décadas. Nos anos 80, o ideal era a saúde robusta, o corpo atlético da ginástica e da aeróbica, com uma pitada de exagero cinematográfico à lá Rambo. Nos anos 90, a febre fitness explodiu com academias se popularizando, mas o foco ainda era, em grande parte, na disciplina e na longevidade. Eu estava entrando na carreira de TI Industrial em 2001, em uma fabricante de tomadas e interruptores, e via a pressão estética crescer. As revistas e a nascente internet da época já começavam a bombardear com modelos de corpo cada vez mais definidos e, muitas vezes, inatingíveis naturalmente.

A virada do milênio e os anos 2000 trouxeram a explosão das redes sociais e, com elas, a ditadura da imagem. O "corpo perfeito" deixou de ser um ideal de saúde e se tornou um mandato social de performance e sucesso instantâneo. Foi nesse contexto que, em 2008, assumi a liderança do antigo CPD (hoje a TI) na empresa onde entrei em 2001, e apliquei as metodologias ágeis e tradicionais que estudei para evoluir na minha carreira. Percebi que essa busca incessante por resultados rápidos na TI, embora útil, se replicava de forma perigosa no campo pessoal. As pessoas queriam um "atalho" para o corpo, assim como queriam um software pronto para ontem.

É exatamente esse desejo por atalhos que a proibição da Anvisa escancara. Produtos como Decaland Depot, Testoland Depot, Clembuterol Clorhidrato, e outros anabolizantes irregulares (sem registro, notificação, ou fabricante conhecido) são a manifestação mais clara de uma crise de identidade e autoestima que a sociedade moderna enfrenta. A Anvisa age para proteger a saúde pública ao proibir a comercialização, distribuição, importação, divulgação e uso desses itens banidos, mas a raiz do problema é muito mais profunda do que a simples fiscalização.

A Psicologia nos ensina que a busca desesperada por uma mudança física rápida está frequentemente ligada à baixa autoestima e a uma imagem corporal distorcida. O indivíduo não se sente "suficiente" e projeta na musculatura ou na definição um senso de valor que deveria vir de dentro. É a chamada Dismorfia Corporal, que se manifesta, no contexto fitness, como Vigorexia — a obsessão por um corpo musculoso. Essa obsessão gera um ciclo vicioso onde o risco à saúde, a ilegalidade e o uso de substâncias desconhecidas (como a Anvisa apontou) se tornam secundários diante do imperativo de "crescer". 

A Programação Neurolinguística (PNL) oferece uma lente poderosa para entender como somos "programados" por essa cultura de imagem. A PNL fala sobre metaprogramas, filtros mentais que determinam como processamos a informação. O metaprograma de "motivação por evitar a dor" (de ser julgado, de ser "pequeno") e o de "motivação por alcançar o prazer" (o status social do corpo sarado) são ativados em massa. A mídia e a publicidade criam uma "âncora" (um gatilho sensorial) tão forte entre "sucesso" e "corpo definido" que a mente inconsciente passa a buscar essa imagem a qualquer custo. O uso de anabolizantes irregulares é a tentativa mais extrema de criar essa "estrutura de superfície" (a aparência) ignorando a "estrutura profunda" (a saúde e a integridade).

O Desenho Humano, um estudo que combina astrologia, I Ching, Cabala e o sistema de Chakras, nos lembra da nossa singularidade inata. Ele afirma que cada um de nós tem um design único, um "tipo" e uma "estratégia" energética própria. O uso de anabolizantes ilegais é, em essência, uma tentativa de anular esse design, de forçar o corpo a um molde que não é o seu. É uma profunda falta de "autoridade interna" — a capacidade de tomar decisões alinhadas com o nosso eu autêntico. Se fôssemos verdadeiramente guiados por nossa Autoridade Interna, a decisão de injetar uma substância de origem desconhecida e proibida seria impossível, pois o corpo gritaria NÃO em nome da sobrevivência e da integridade.

A Filosofia, desde os gregos, nos convida à ética e à moderação. Aristóteles falava sobre a virtude como um meio-termo entre dois extremos (a "Aurea mediocritas"). O uso e a busca por esses medicamentos irregulares é o oposto da moderação; é a busca pelo excesso, pela hipertrofia que destrói a saúde e o equilíbrio. O conceito de "conhece-te a ti mesmo" (inscrito no Templo de Apolo em Delfos) é o antídoto mais poderoso. Antes de alterar o corpo, é preciso conhecer a mente que o comanda.

O Novo Pensamento, com a Lei da Atração, embora muitas vezes mal interpretado como mágica, possui um cerne importante: a responsabilidade criadora sobre a própria vida. O foco da Lei do Novo Pensamento deveria ser a saúde integral e a aceitação amorosa do estado atual, para que a mudança venha de um lugar de poder, e não de carência. Usar anabolizantes ilegais é um ato de desespero e não-fé na capacidade natural de evolução do corpo. O que o indivíduo está, na verdade, atraindo é o medo da insuficiência e a consequência da ilegalidade e do risco.

No Brasil, os pontos culturais e a curiosidade regional sobre o corpo sempre foram intensos. Desde a valorização da exuberância nas praias cariocas dos anos 80 até a explosão do Carnaval e do culto ao sol, o corpo sempre foi uma vitrine. No entanto, o problema se agravou na nossa realidade. Vivemos um momento onde o "jeitinho brasileiro" de driblar regras encontra um campo fértil na ilegalidade desses produtos. A Anvisa é a barreira legal, mas a barreira moral e ética está na nossa cultura de achar que atalhos e ilegalidades são justificáveis para atingir um ideal estético.

A minha experiência pessoal, desde o chão de fábrica em 2001 até a liderança da TI (o antigo CPD) em 2008 e o desenvolvimento das minhas metodologias ágeis e tradicionais, me ensinou que o verdadeiro poder está na evolução constante, e não na revolução forçada. A evolução é sustentável; a revolução, quando se trata do corpo com substâncias ilegais, é perigosa e insustentável. Eu aplico Agilidade na minha vida pessoal e profissional: a melhoria contínua (o Kaizen do Lean Manufacturing) me diz que o corpo, assim como um sistema de TI, precisa de ciclos curtos de adaptação e transparência (saber o que está consumindo), e não de um "grande Big Bang" químico.

O fato de a Anvisa proibir 30 medicamentos (como Durateston Plus Gol, Testoland/Deposteron, Trembolona Hexahidroxibencil, etc.), a maioria de origem desconhecida, é um alerta dramático. Ele nos convida a uma profunda reflexão sobre a nossa saúde mental antes da nossa saúde física. Por que a imagem é mais importante que a vida?

Reflexão SHD para os Dias Atuais no Brasil

Analisar: A proibição da Anvisa é um sintoma da obsessão social por resultados estéticos rápidos e da exploração desse desejo por mercados ilegais. A raiz está na insatisfação e na pressão social pela performance visual, exacerbada pelas redes sociais.

Pesquisar: Quais são as verdadeiras consequências do uso desses anabolizantes ilegais para a saúde a longo prazo? Qual é a fonte da minha autoestima? É externa (a aprovação dos outros e a imagem no espelho) ou interna (o meu valor como ser humano, minha integridade e meus princípios éticos)?

Questionar: Se a Lei do Novo Pensamento diz que atraímos o que somos, e não o que queremos, qual é a frequência vibracional de alguém que arrisca a própria vida e integridade com produtos ilegais? Isso é um ato de amor-próprio ou de desespero? Eu realmente preciso de um corpo fitness para ser feliz e bem-sucedido, ou essa é uma crença limitante que a PNL me ajuda a desinstalar?

Concluir: O maior investimento que podemos fazer não é em um produto proibido que promete um corpo falso, mas no autoconhecimento e na aceitação do nosso design. A verdadeira evolução, como na carreira (onde eu passei por vários cargos antes do CPD/TI) ou na vida pessoal, é um processo de disciplina contínua, ética e respeito pela própria integridade, e não um atalho perigoso. 

A atitude SHD: Seja Hoje Diferente começa com a decisão consciente de honrar a saúde e buscar um corpo que seja reflexo de um equilíbrio interno, e não de uma imposição externa.
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