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Cena poética do sertão ao entardecer, com Alessandro Turci em estilo anime segurando um rádio antigo enquanto o sol alaranjado se põe atrás das serras. A imagem transmite introspecção, vento seco e conexão profunda com a paisagem nordestina brasileira. Ideal para conteúdos sobre autoconhecimento, cultura regional e nostalgia sonora.
Cena poética do sertão ao entardecer, com Alessandro Turci em estilo anime segurando um rádio antigo enquanto o sol alaranjado se põe atrás das serras. A imagem transmite introspecção, vento seco e conexão profunda com a paisagem nordestina brasileira. Ideal para conteúdos sobre autoconhecimento, cultura regional e nostalgia sonora.

Mergulhe na crônica de Alessandro Turci, inspirada em Zé Ramalho, e viaje por memórias, reflexões e transformações que revelam a alma humana.
  
O vento cortava o sertão como uma lâmina fria, e eu, parado à beira de uma estrada poeirenta, sentia o cheiro seco da terra misturado ao leve perfume de capim pisado. Era fim de tarde, e o sol, um disco alaranjado, parecia hesitar antes de se esconder atrás das serras. Eu segurava um velho rádio portátil, daqueles que chiavam antes de encontrar a estação certa. Quando a voz rouca de Zé Ramalho irrompeu em Canção Agalopada, algo em mim estremeceu, como se o próprio tempo tivesse parado para me contar um segredo. Não era apenas música; era um chamado, um convite para olhar para dentro, para desenterrar as camadas de mim mesmo que eu havia esquecido sob o peso dos dias.

Eu era um jovem nos anos 90, com meus 20 e poucos anos, cabelo bagunçado e um coração cheio de perguntas que eu nem sabia formular. Naquela época, o mundo parecia um lugar vasto e confuso – walkmans tocando fitas K7, o som abafado de um videogame 16 bits na sala ao lado, e os ecos distantes de um Brasil que tentava se reinventar após décadas de sombras. Mas ali, naquela estrada esquecida, com Zé Ramalho cantando sobre cavaleiros e desertos, eu senti pela primeira vez que a vida não era só o que eu via. Havia algo maior, uma dança invisível entre o que eu era e o que eu poderia ser.


Caminhei sem rumo, o rádio ainda na mão, enquanto a música desenhava imagens na minha mente: um cavaleiro solitário cruzando planícies, uma fogueira crepitando sob um céu estrelado, o som de um riacho que corria sem pressa. Cada verso parecia cavar mais fundo, desenterrando memórias que não eram só minhas, mas de um povo, de uma terra, de uma história que pulsava em mim como o sangue nas veias. Pensei em meu avô, um homem de poucas palavras, que me contava histórias de São João, de festas juninas onde o fogo parecia falar com os vivos e os mortos. Ele dizia que a gente só entende a vida quando para de correr e começa a escutar. Naquele momento, com a voz de Zé Ramalho ecoando, eu comecei a escutar.

A crônica da vida não é linear. Ela não segue roteiros, não obedece a organogramas corporativos, nem se encaixa nas planilhas que tentamos usar para domar o caos. É mais como uma canção, com seus refrões que voltam, seus improvisos que surpreendem, suas pausas que doem. Eu já estive em salas de reunião, com gravata apertada e um discurso ensaiado, tentando provar meu valor para pessoas que mal olhavam nos meus olhos. Já mergulhei em livros de psicologia, buscando respostas em Freud, Jung, ou nos manuais de PNL que prometiam decifrar a mente humana. Já sentei em círculos de meditação, ouvindo mantras que ecoavam como as cantigas de minha infância, e já me perdi em conversas com amigos sobre o futuro, sobre tecnologia, sobre como o mundo digital parecia engolir o que é real.

Mas nada disso me levou tão fundo quanto aquele instante na estrada, com o rádio chiando e o sertão me abraçando. Ali, eu não era gerente, nem aluno, nem sonhador – eu era apenas eu, Alessandro, nascido numa noite de julho sob a luz de Câncer e o rugido do Dragão. Um homem feito de contradições, de saudades do que não vivi, de perguntas que nunca respondi. E, no entanto, naquele momento, eu me senti inteiro, como se todas as partes de mim – a criança que corria descalça, o jovem que queria mudar o mundo, o adulto que tropeçava em seus próprios erros – tivessem se encontrado para dançar ao som daquela canção.

A música falava de um cavaleiro, mas eu via a mim mesmo. Via as vezes em que galopei sem destino, com o coração acelerado, achando que a resposta estava lá fora – num cargo melhor, numa cidade maior, num amor perfeito. Via as noites em que parei, exausto, e olhei para o céu, perguntando por que a vida parecia tão pesada. E via, também, os momentos em que, sem perceber, encontrei pistas do que realmente importava: o sorriso de um estranho que me ofereceu água, a conversa com um colega que revelou um sonho escondido, o silêncio de uma manhã em que, por um instante, eu me senti em paz.

Zé Ramalho cantava sobre o tempo, e eu pensava no tempo. Nos anos 80, quando eu era criança e o mundo parecia um desenho animado cheio de cores. Nos 90, quando o rock nacional explodia nos fones de ouvido e eu sonhava em ser livre como os personagens dos filmes de sci-fi. Nos 2000, quando a internet chegou como uma onda, prometendo conectar o mundo, mas deixando tanta gente mais sozinha. Cada década trouxe suas lições, suas cicatrizes, seus espelhos. E eu, como um arqueólogo da própria alma, tentava decifrar o que sobrou, o que cresceu, o que ainda precisava ser descoberto.

A jornada de autoconhecimento não é um curso com certificado, nem uma sessão de coaching com metas claras. É um mergulho, às vezes assustador, às vezes libertador. É lembrar que, como dizia um velho filósofo, a vida é um eterno tornar-se. É reconhecer que as crenças dos nossos avós – o respeito pela terra, a força da comunidade, a sabedoria do silêncio – ainda ecoam em nós, mesmo quando nos perdemos em algoritmos e telas. É entender que a tecnologia, que nos levou à Lua e nos conectou em redes, também pode nos desconectar de nós mesmos, se não soubermos usá-la com alma.

Naquela estrada, com o rádio agora em silêncio, eu sentei no chão e olhei para o horizonte. O sol já tinha desaparecido, e o céu era um tapete de estrelas, como nos versos de Zé Ramalho. Pensei nas histórias que carrego, nas vozes que me formaram – de poetas, de líderes, de rebeldes, de sonhadores. Pensei em como a vida é uma canção agalopada, cheia de ritmos que não entendemos, mas que nos convidam a dançar mesmo assim. E, naquele instante, eu soube, sem palavras, que o maior tesouro não está no fim da jornada, mas em cada passo, em cada tropeço, em cada momento em que paramos para ouvir o que o coração tem a dizer.

Eu, Alessandro Turci, deixo aqui este pedaço de mim, escrito com a tinta da memória e a luz das estrelas. Que estas palavras sejam um convite para você olhar para dentro, para crescer em todas as dimensões da vida – na coragem de liderar, na humildade de aprender, na ousadia de sonhar. Que você encontre, nas suas próprias canções, a força para galopar, para parar, para recomeçar. E que, como um cavaleiro do sertão ou um astronauta perdido no cosmos, você descubra que o maior mistério é você mesmo, e que desvendá-lo é a mais bela das aventuras.

Que a vida seja sua canção, e que ela ecoe, agalopada, até o fim dos tempos. Que você encontre sucesso, saúde, proteção e paz na sua própria história.

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