Grandes poderes geram grandes responsabilidades
Patricia Punder, advogada e CEO da Punder Advogados

Mudança no Cenário Midiático

Antes da era da internet e das redes sociais, a comunicação era dominada por jornais, revistas e televisão. Nesse cenário, jornalistas, escritores, celebridades, políticos e figuras importantes eram os protagonistas. As informações relevantes eram acessadas principalmente por meio desses meios de comunicação, e as empresas divulgavam seus produtos e serviços por meio de publicidade paga. A voz das pessoas comuns tinha pouco espaço e alcance.

A Revolução das Mídias Sociais

Com o advento das mídias sociais, o panorama da comunicação passou por uma revolução. Agora, qualquer cidadão do mundo, com algumas exceções, tem a capacidade de se expressar e compartilhar suas opiniões de forma global. Parece que uma barreira foi quebrada, permitindo que as vozes de todos se espalhem pelo mundo. Isso trouxe uma dimensão democrática significativa à comunicação. No entanto, o que começou como uma ferramenta de comunicação evoluiu para uma indústria complexa e, às vezes, perigosa.

De Plataformas de Tecnologia a Meios de Comunicação

No início, as mídias sociais eram classificadas como plataformas de tecnologia. No entanto, ao longo do tempo, essa classificação não se sustentou mais. As redes sociais se transformaram em meios de comunicação por direito próprio, o que implica uma maior responsabilidade e regulamentação. No entanto, as gigantes das redes sociais muitas vezes mostram relutância em aderir a regulamentações rígidas. Embora tenham implementado práticas de autorregulação, a proliferação de notícias falsas em todo o mundo é uma prova de que isso não tem sido suficiente.

O Poder e a Responsabilidade das Plataformas

O poder das plataformas de mídias sociais cresceu a tal ponto que agora elas são consideradas oligopólios, controlando uma parcela substancial das informações globais. Esse aumento de poder trouxe desafios difíceis, como atos de violência relacionados a culturas tóxicas online, impactos na saúde mental e no bem-estar, além de questões de direitos humanos em comunidades de todo o mundo.

Regulamentação em Andamento

Os Estados Unidos estão liderando esforços para responsabilizar as plataformas online, seja na censura ilegal de discursos ou na facilitação de atividades criminosas online. O Brasil também está buscando regulamentar o setor.

É fundamental estabelecer regras que exijam transparência das empresas, regulamentem o uso de algoritmos, abordem questões de publicidade e governança corporativa. Afinal, a comunicação digital evoluiu a ponto de se tornar um pilar central da sociedade, e as regulamentações aplicadas a meios de comunicação tradicionais também devem ser estendidas às plataformas tecnológicas. Grandes poderes exigem grandes responsabilidades, como diz a expressão popular.

Conclusão

A ascensão das mídias sociais trouxe consigo uma revolução na comunicação, permitindo que todos tenham uma voz global. No entanto, essa transformação não está isenta de desafios, incluindo a responsabilidade das plataformas e a necessidade de regulamentação. Os esforços em andamento nos Estados Unidos e no Brasil refletem a crescente preocupação com o impacto das redes sociais na sociedade. As regras e regulamentações que governam a comunicação tradicional devem ser adaptadas e aplicadas a essas novas formas de mídia.

Patricia Punder é uma advogada e especialista em conformidade com ampla experiência internacional. Ela desempenha o papel de professora de conformidade no programa pós-MBA da USFSCAR e no instituto LEC - Legal Ethics and Compliance, localizado em São Paulo. Além disso, Patricia é reconhecida por suas contribuições como coautora do "Manual de Conformidade" lançado pela LEC em 2019, bem como do "Compliance - Além do Manual 2020."

Com sua sólida experiência, Patricia atua com destaque tanto no Brasil quanto na América Latina, onde se destaca por sua competência na implementação de programas de governança e conformidade, abrangendo tópicos como LGPD e ESG. Ela também desempenha um papel fundamental na condução de treinamentos, análises estratégicas de avaliação e gerenciamento de riscos, além de fornecer expertise na gestão de crises de reputação corporativa e investigações relacionadas a órgãos como o DOJ (Department of Justice), SEC (Securities and Exchange Commission), AGU, CADE e TCU no Brasil. - www.punder.adv.br

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