B.Lux Materiais Elétricos - Rua Curiuva, 14 - São Paulo SP - CEP. 03728-160 CNPJ: 00.425.361/0001-80

Ex-presidente comentou sobre reunião com embaixadores, quando questionou o sistema eleitoral; tribunal retoma na terça-feira, 27, análise de ação que pode tornar o político inelegível

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta segunda-feira, 26, considerar que não é justo dizer que ele “atacou a democracia” durante encontro com embaixadores, em julho do ano passado, ainda na condição de presidente da República. “É justo cassar os direitos políticos de alguém que se reuniu com embaixadores? Não é justo falar em ataque à democracia. Buscas aperfeiçoamento, camadas de proteção, isso é bom para a democracia”, disse o político, em conversa com jornalistas nesta segunda-feira, 26, após encontro com integrantes do Partido Liberal (PL) na Assembleia Legislativo do Estado de São Paulo (Alesp). Jair Bolsonaro é alvo de ação movida pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) justamente pelo episódio da reunião com embaixadores, ocorrida em julho de 2022. Na ocasião, o ex-presidente fez questionamentos sobre as eleições de 2018, criticou ministros e levantou dúvidas sobre o sistema eleitoral. O evento foi transmitido pelo canal estatal TV Brasil, o que motiva argumentos de desvio de finalidade e abuso de poder político por parte do ex-presidente.

O TSE iniciou o julgamento da ação na última quinta-feira, 22, com a leitura do relatório de 43 páginas do relator, o ministro corregedor-geral eleitoral Benedito Gonçalves. Na sequência, houve a sustentação oral dos advogados de acusação e defesa, seguidos pelo vice-procurador Eleitoral Paulo Gonet Branco, que defendeu, em nome do Ministério Público Eleitoral (MPE), o entendimento de que Jair Bolsonaro deve ser condenado por desvio de finalidade. Para ele, a transmissão ao vivo feita pelo então presidente da República, em julho de 2022, foi realizada para que “a comunidade internacional e os cidadãos fossem expostos a alegações inverídicas” contra o sistema eleitoral. “Dadas essas circunstâncias, não dá para aceitar a alegação que o presidente estaria fazendo uso da liberdade de expressão”, defendeu, citando o evento como “instrumento de manobra eleitoreira”. A sessão será retomada nesta terça-feira, 27, com o voto do relator, seguida pela manifestação dos outros membros. Se algum dos ministros da Corte pedir vista, também existe a possibilidade de que o julgamento se estenda pelo segundo semestre, com adiamento de até 90 dias da análise.

Postar um comentário

Para serem publicados, os comentários devem ser revisados pelo administrador

Postagem Anterior Próxima Postagem