Caracterizado por uma atividade involuntária dos músculos mastigatórios, o bruxismo afeta 30% da população mundial e 40% dos brasileiros, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). As causas da patologia ainda são desconhecidas, mas podem estar relacionadas, principalmente, ao estresse, ansiedade e fatores hereditários.
O transtorno pode provocar dores de cabeça, incômodos e ruídos no ouvido, além de desgaste e amolecimento dental e, em casos mais críticos, problemas nas gengivas, nos ossos e na articulação da mandíbula (ATM).
Em tempo: nos pacientes com bruxismo, os dentes sofrem uma sobrecarga que pode ocasionar fraturas, desgastes e fissuras. E, quando ocorre a perda dentária, o implante dentário é uma solução.
“Pacientes com bruxismo podem fazer implantes, porém é preciso ter alguns cuidados especiais para evitar problemas nas próteses e implantes”, diz o Dr. Felipe Borba, mestre em Implantodontia e Consultor Científico da S.I.N. Implant System. “Isso porque o bruxismo pode causar danos como fraturas no implante, afrouxamentos no parafuso da prótese e, em casos mais graves, até mesmo a perda do implante”, completa.
Segundo o Dr. Borba, o dentista atua no sentido de evitar sobrecargas sobre o implante. “O uso de placa miorrelaxante é recomendado. É possível também fazer recorrer à laserterapia, ajustes oclusais e botox, como tratamentos alternativos”, diz o especialista. “O tratamento na maioria das vezes é multidisciplinar, sendo que em muitos casos o acompanhamento com psicólogo é necessário, além de mudanças no estilo de vida, para diminuição do estresse e ansiedade”, conclui.
Além disso, implantes com carga imediata (aqueles onde a colocação do dente sobre o implante é feita imediatamente após a cirurgia) não são recomendados para pacientes com bruxismo. Isso porque a pressão extra causada pelo ranger dos dentes é altamente prejudicial em implantes que ainda não estão totalmente osseointegrados.
Por fim, o Dr. Felipe ressalta que é fundamental que o paciente visite regularmente o Dentista, idealmente a cada seis meses, ou conforme a recomendação do profissional.