Descubra curiosidades de "O Eternauta", série argentina da Netflix que mistura sci-fi e resistência. Conheça a HQ, a produção e mais no SHD!
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Hoje, quero compartilhar com vocês uma história que une ficção científica, resistência cultural e um marco da cultura argentina: a série O Eternauta, que estreou na Netflix em 30 de abril de 2025 e já conquistou o coração de brasileiros e espectadores ao redor do mundo. Baseada na icônica história em quadrinhos de Héctor Germán Oesterheld e Francisco Solano López, publicada entre 1957 e 1959, a produção traz uma Buenos Aires devastada por uma nevasca tóxica, onde Juan Salvo, interpretado pelo renomado Ricardo Darín, lidera um grupo de sobreviventes contra uma ameaça alienígena. Mas O Eternauta é muito mais do que uma série de sci-fi. É uma obra carregada de história, simbolismo e emoção. Vamos mergulhar nas curiosidades dessa produção, explorar sua origem e refletir sobre o que ela nos ensina?
A Origem de O Eternauta: Um Clássico Argentino
Tudo começa com a HQ El Eternauta, publicada originalmente na revista Hora Cero Semanal entre 1957 e 1959. Escrita por Héctor Germán Oesterheld e ilustrada por Francisco Solano López, a obra é considerada um marco na história dos quadrinhos latino-americanos. A história se passa em Buenos Aires, onde uma nevasca mortal, causada por uma invasão alienígena, mata milhões de pessoas. Juan Salvo, um homem comum, se torna o protagonista improvável, liderando amigos e vizinhos em uma luta desesperada pela sobrevivência.
O que torna a HQ tão especial é sua capacidade de misturar suspense, ficção científica e crítica social. Lançada durante a Guerra Fria, a história reflete os medos da época, como a ameaça nuclear e a perda de liberdade. Além disso, a escolha de Buenos Aires como cenário — em vez de cidades como Nova York ou Londres — deu à obra uma identidade única, enraizada na cultura argentina. Ruas, bairros e até o estádio do River Plate aparecem nos quadrinhos, tornando o apocalipse assustadoramente próximo e real.
Héctor Oesterheld, nascido em 1919 em Buenos Aires, era um escritor prolífico, com romances, revistas e outras HQs no currículo. Mas sua vida foi marcada por uma tragédia. Militante do grupo Montoneros, que se opunha à ditadura militar argentina (1976-1983), ele desapareceu em abril de 1977. Sua morte, provavelmente em um centro clandestino de detenção, só foi reconhecida em 1985, após julgamentos que expuseram os horrores do regime. A história de Oesterheld adiciona uma camada de profundidade a O Eternauta, transformando-a em um símbolo de resistência.
A Primeira Adaptação Audiovisual: Um Projeto Monumental
Embora El Eternauta seja um clássico amado na Argentina, esta é a primeira vez que a obra ganha uma adaptação para as telas. Dirigida por Bruno Stagnaro, conhecido por projetos como Pizza, Birra, Faso e Okupas, a série da Netflix foi um empreendimento ambicioso, descrito como uma das maiores produções da América Latina.
O processo de criação foi longo e meticuloso. Foram quase dois anos dedicados ao desenvolvimento do roteiro, com Stagnaro trabalhando ao lado do co-roteirista Ariel Staltari para manter a essência da HQ. A pré-produção levou cerca de cinco meses, e as filmagens, realizadas em Buenos Aires, duraram 148 dias.
A produção envolveu 50 locações diferentes, 2.900 pessoas (entre atores e figurantes), 30 cenários virtuais e mais de 500 máscaras criadas para os personagens, reforçando a atmosfera apocalíptica. A pós-produção, que durou um ano e meio, contou com estúdios internacionais de efeitos visuais, como DNEG (Londres) e Scanline VFX (Los Angeles), para recriar uma Buenos Aires coberta de neve tóxica.
Stagnaro, fã da HQ desde a infância, enfatizou sua intenção de preservar a emoção da obra original. “Quero ser fiel àquele menino de 10 anos que leu a história pela primeira vez”, disse ele em entrevista à Netflix. A série mantém o espírito da HQ, mas atualiza o contexto para os dias atuais, com um visual contemporâneo e dilemas que ressoam com o público global.
Ricardo Darín como Juan Salvo: Uma Escolha Polêmica
Um dos pontos mais comentados da série é a escalação de Ricardo Darín, um dos maiores atores da Argentina, para interpretar Juan Salvo. Conhecido por filmes como O Segredo dos Seus Olhos e Relatos Selvagens, Darín traz peso dramático ao papel. No entanto, sua escolha gerou controvérsia devido à diferença de idade. Na HQ, Juan Salvo é um homem na casa dos 30 anos, enquanto Darín, aos 68 anos, é consideravelmente mais velho.
Stagnaro inicialmente hesitou em escalá-lo, preocupado com a exigência física do papel. No entanto, a experiência de Darín e sua capacidade de transmitir a humanidade de Juan Salvo convenceram a equipe. A série justifica a idade do personagem com detalhes como seu conhecimento de armas — raro na Argentina — e sua paixão por jogar truco, um jogo de cartas típico da região, que reforçam sua autenticidade no contexto atualizado.
Críticas à parte, as resenhas elogiam a atuação de Darín, destacando seus olhos expressivos e sua habilidade de carregar o peso emocional da série.
Curiosidades que Tornam O Eternauta Única
Aqui estão algumas curiosidades fascinantes sobre a série e sua produção:
Buenos Aires como Protagonista
A série transforma Buenos Aires em um cenário apocalíptico, com neve cobrindo ruas e monumentos. A escolha de filmar em locações reais, como o bairro de Vicente López, onde a história começa, dá um toque de realismo. A arte da série, liderada por María Battaglia e Julián Romera, buscou inspiração em documentários de montanhas e pintores nórdicos para criar a neve mortal.
Efeitos Visuais de Ponta
Com mais de 2.000 cenas com efeitos visuais, a série é um marco tecnológico para a Argentina. Estúdios internacionais colaboraram para criar a nevasca tóxica e os cenários virtuais, mas Stagnaro insistiu em desenvolver o ambiente digital localmente, garantindo que a essência argentina fosse preservada.
Um Elenco Multicultural
Além de Darín, a série conta com atores como Carla Peterson, César Troncoso, Andrea Pietra e o paraguaio Enrique Bogado. Um personagem original, Omar (Ariel Staltari), foi criado para a série, servindo como “os olhos do público” e questionando as dinâmicas do grupo de sobreviventes.
Sucesso Global Imediato
Lançada em 30 de abril de 2025, O Eternauta rapidamente alcançou o topo das paradas da Netflix em 20 países, incluindo Argentina, Brasil, Chile, México, Espanha e até Hungria e Turquia. O sucesso reflete o apelo universal da história e a força da produção latina.
Uma Segunda Temporada Confirmada
A Netflix já anunciou a renovação para uma segunda temporada, embora a produção possa levar tempo devido à complexidade. A equipe planeja manter a atmosfera única da primeira temporada, com cerca de 14 episódios no total para concluir a história.
O Contexto Político e Cultural
O Eternauta não é apenas uma história de ficção científica; é um reflexo da alma argentina. A HQ original, escrita em um período de tensões globais, carrega um subtexto político potente. Durante a ditadura, a obra foi vista como um símbolo de resistência, especialmente por causa do engajamento de Oesterheld contra o regime. Sua morte trágica reforça a ideia de que El Eternauta é mais do que entretenimento — é uma narrativa sobre luta, união e esperança em meio ao caos.
A série mantém esse espírito, mas adapta os temas para o público contemporâneo. A luta de Juan Salvo e seus amigos contra uma força invisível pode ser lida como uma metáfora para desafios atuais, como crises ambientais, desigualdades sociais ou a polarização política. No entanto, a produção evita mensagens didáticas, deixando que os espectadores tirem suas próprias conclusões.
O Impacto na Indústria Audiovisual Argentina
A produção de O Eternauta marca um momento histórico para o cinema e a TV da Argentina. Segundo Francisco Ramos, vice-presidente de conteúdo da Netflix para a América Latina, a série é “um ponto de virada para a indústria cinematográfica argentina” devido aos avanços tecnológicos e à ousadia narrativa. A colaboração com a K&S Films, responsável por filmes como Relatos Selvagens, elevou o padrão de produções latinas, mostrando que a região pode competir no mercado global.
Para Matías Mosteirín, produtor da K&S Films, a série foi um desafio único. “Não podíamos falhar, porque é uma propriedade com uma base de fãs muito forte e um tesouro para nós como artistas”, disse ele. O sucesso da série abre portas para outras adaptações de obras latinas, provando que histórias regionais podem ressoar com audiências internacionais.
Lições de O Eternauta para a Vida
Escrever sobre O Eternauta me fez refletir sobre o poder das histórias para nos conectar. A jornada de Juan Salvo nos lembra que, diante de adversidades, a união e a resiliência são nossas maiores forças. A coragem de Oesterheld, que usou sua arte para questionar a opressão, nos inspira a usar nossa voz para fazer a diferença. E a dedicação da equipe da série mostra como a paixão por uma ideia pode transformar sonhos em realidade.
Aqui estão algumas lições que podemos levar:
A Força da Comunidade
Juan Salvo só sobrevive porque trabalha com outros. Em tempos de crise, a colaboração é essencial.
Coragem Diante do Desconhecido
Seja enfrentando uma nevasca alienígena ou desafios pessoais, o primeiro passo é confrontar o medo.
A Arte como Resistência
A história de Oesterheld nos ensina que a criatividade pode ser uma arma poderosa contra a injustiça.
Um Marco da Ficção e da Cultura
O Eternauta é mais do que uma série de ficção científica; é uma celebração da identidade argentina, da resiliência humana e do poder da arte. Desde a HQ de Oesterheld até a adaptação da Netflix, a história de Juan Salvo nos convida a olhar para nossa própria capacidade de enfrentar o impossível. Com uma produção impecável, atuações marcantes e uma narrativa que equilibra emoção e suspense, a série é um convite para refletir sobre o que nos torna humanos.
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Nota do autor: Alessandro Turci, criador do SHD – Seja Hoje Diferente, compartilha reflexões sobre autoconhecimento e desenvolvimento pessoal com apoio de Kaizen, o camaleão de óculos. Suas histórias inspiram a transformação interior e novas formas de ver a vida.
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