O Metrô de São Paulo começou a circular em 14 de setembro de 1974. Embora possa parecer muito tempo, nosso metropolitano é bastante jovem quando comparado a cidades como Nova Iorque, Londres ou até mesmo à vizinha Buenos Aires.

O que poucos sabem é que o primeiro projeto de metrô paulistano poderia ter saído do papel quase 50 anos antes, em 1926.

O serviço a vapor do Trem da Cantareira era consideravelmente deficitário. Para tentar reverter esta situação, o Governo do Estado de São Paulo passou a estudar alternativas de melhorar o sistema, tornando-o atraente aos passageiros e lucrativo.

Outro problema crônico eram as reclamações constantes dos moradores da região atendida pelo ramal, que sofriam com a demora da composição, que passava de duas em duas horas, enquanto os bairros atendidos pelos bondes tinham transporte a cada 15 minutos. 

Neste mesmo ano, após intensos estudos do governo sairia o ousado e moderno projeto de eletrificação do Tramway da Cantareira.

A ideia do projeto consistia em substituir totalmente o vapor desde o início do serviço até seu final, em Guarulhos, eletrificando o serviço por completo. Além disso, tinha a ideia de que uma vez eletrificado o serviço iria se conectar com os demais serviços de bonde da capital, tornando o lento transporte da zona norte paulistana rápido e eficiente.

O projeto previa também novas estações pelo percurso, já que boa parte da linha seria suspensa, muito parecida com o que acabou saindo do papel décadas mais tarde com a linha norte-sul do Metrô.

O projeto infelizmente nunca saiu do papel e o ramal da Cantareira continuou sendo um serviço, lento, desatualizado e deficiente até ser desativado na década de 60. Sobre os motivos de que a eletrificação do Tramway da Cantareira nunca virou realidade há muitas explicações, indo desde que não era interessante para a Light ou que não existia verba suficiente para tocar o ousado projeto.

A única verdade é que se este incrível projeto tivesse realmente sido concretizado, a Cidade de São Paulo teria iniciado o Metrô de fato muitas décadas antes e, provavelmente, hoje teríamos muitos mais quilômetros e quilômetros de transporte coletivo eficiente e seríamos uma cidade muito menos dependente do carro. Mas isso, como muitas grandes ideias, ficou apenas no papel.

Fonte: São Paulo Antiga

Sucesso, Saúde, Proteção e Paz!

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