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Acredita-se, hoje, que quase 70% da população possui conta bancária no país. Na prática, significa uma movimentação diária intensa nas instituições financeiras; no entanto, não necessariamente significa também que todas essas pessoas conheçam a fundo o sistema bancário que tanto utilizam.

São muitos termos e detalhes que trazem burocracia e complexidade ao uso dos recursos disponibilizados pelos bancos. Ainda assim, é preciso conhecê-los bem para evitar surpresas no dia a dia. Um bom exemplo disso é o spread bancário: possui grande impacto tanto para investidores quanto para pessoas comuns, mas nem todos sabem o que é.

Desse modo, conhecer o real significado desse termo pode ser a diferença entre perder — ou ganhar — dinheiro, mesmo que em pouca quantia. Para isso, no entanto, é fundamental primeiro conhecer o funcionamento do sistema financeiro e bancário do país, para então saber a ligação que eles possuem com o spread.

A dinâmica do SFN

Sigla para Sistema Financeiro Nacional, o SFN abrange todos os setores econômico, financeiro e monetário do país. O sistema bancário é apenas uma pequena parcela e, por esse motivo, é preciso compreender, antes de tudo, como o SFN funciona.

O principal órgão do Sistema Financeiro Nacional é o Conselho Monetário Nacional, CMN. Ele é responsável por supervisionar e regulamentar a aplicação do SFN por meio de duas frentes — com mesmo nível de importância, mas objetivos distintos:

- BCB: é a sigla para Banco Central do Brasil, também chamado de BACEN,
- CVM: mais conhecida entre investidores, é a sigla para Comissão de Valores Mobiliários.

O BCB é responsável por toda instituição financeira bancária e não bancária presente no Brasil. É ele quem fiscaliza as operações realizadas, como concessão de crédito, financiamentos, consórcios e pagamentos, de cada uma das instituições, sejam elas específicas - é o caso de corretoras e administradoras - ou não.

Já a CVM é responsável pelo mercado financeiro e tudo que envolve a B3, antiga BM&FBovespa e única bolsa de valores no Brasil. Assim, todas as operações relacionadas a aplicações, a fiscalização de bancos de investimentos, corretoras, outras instituições e até a segurança de investidores é de responsabilidade da comissão.

 O funcionamento do sistema bancário

De maneira simplificada, o funcionamento deste setor é dividido em três componentes principais. São eles:

- agentes deficitários: seja pessoa física ou jurídica, engloba todos aqueles que precisam de recurso financeiro;
- agentes superavitários: seja empresa ou indivíduo, trata-se da outra ponta do processo, ou seja, quem tem recursos financeiros disponíveis,
- intermediadores financeiros: são os responsáveis por interligar os dois agentes para que deficitários recebam recursos de superavitários.

Na prática, o terceiro componente é fundamental para que tudo seja feito de acordo com o regimento dos órgãos do SFN e, principalmente, para que todos sejam beneficiados, inclusive os intermediadores. Então, quem precisa de recursos, pode pegar emprestado daqueles que os têm; em troca, ao receber o pagamento de volta, o deficitário paga uma taxa a mais — os juros.

Mas qual é a ligação com spread bancário?

Antes de tudo, é preciso ter em mente que a taxa de juros paga pelo tomador do crédito não é igual ao valor que o superavitário recebe. É justamente essa diferença que é chamada de spread bancário, seja em empréstimos, investimentos financeiros ou mesmo no cálculo da rentabilidade das aplicações financeiras.

É normal perguntar-se, a esse ponto, para onde vai essa diferença de valor, e a resposta é simples: intermediadores financeiros. São bancos tradicionais, bancos de investimento, corretoras, administradoras e outras instituições de crédito no geral que detém esse valor para 5 finalidades:

- margem líquida (38%), ou seja, o lucro da instituição propriamente dito;
- custo de risco (36%), cobrados para se precaver do risco de inadimplência;
- custos administrativos (14%), apenas pela utilização do serviço do intermediador;
- carga tributária (8%), que paga os impostos, como o IR e CSLL,
- depósito compulsório (4%), por determinação do BACEN.

Apesar de serem destinados a custos distintos, quase 75% do spread bancário é usado para benefício do intermediador. Ainda assim, é um modelo que funciona na prática, e pode ser encontrado em vários sistemas financeiros pelo mundo.

No entanto, no Brasil, o spread é um dos mais altos do mundo — chegando a 10 vezes mais do que em outros países. Isso ocorre por causa da situação econômica os brasileiros, que procuram diversas formas de crédito bancário para estabilidade financeira.

Como resultado, o índice de inadimplência do país vai às alturas, chegando a 60 milhões de pessoas que, hoje, possuem dívidas, de acordo com a pesquisa realizada pelo Serasa. Para que isso seja minimizado, então, é imprescindível realizar um planejamento financeiro e pensar bastante antes de adquirir crédito bancário.

Sucesso, Saúde, Proteção e Paz!

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